Viva Maria celebra o Dia Mundial de Luta contra a Hanseníase
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Estamos no mês da campanha Janeiro Roxo, que coloca a sociedade em sintonia com o Dia Mundial de Luta contra a Hanseníase. Na ocasião, o Viva Maria resgata uma memorável entrevista com a técnica de nutrição Marly de Fátima Barbosa de Araújo, que fundou e coordenou em Brasília o Grupo de Apoio às Mulheres Atingidas pela Hanseníase. Marly faleceu no ano passado, nos deixando um legado incansável de luta contra a doença.
Mesmo hoje com os avanços da medicina, a hanseníase continua sendo uma doença de difícil diagnóstico, como ressaltou Marly na época em que concedeu a entrevista.
“O diagnóstico da hanseníase é muito difícil. Ele era há 19 anos e continua sendo. Porque, infelizmente, ninguém aprende sobre hanseníase na faculdade. Então os profissionais de saúde, em geral, saem de lá sem saber fazer o diagnóstico. No meu caso eu andei em ortopedista, em ergometrista, dermatologista. Na época tudo que tinha eu andei e ninguém fez. E eu passei sete anos para ser diagnosticada.”
A fundadora do Grupo de Apoio às Mulheres Atingidas pela Hanseníase também falou sobre os sintomas que sentia até conseguir, enfim, a definição exata da doença.
“Eu tinha uma perda de força muito acentuada. Tudo caía da minha mão. O meu braço estava em choque, aquele choque quando você bate, sabe? E eu não conseguia mais fazer as minhas atividades da vida diária. Aí eu fui diagnosticada com LER. Me aposentei como se eu tivesse LER, fibromialgia e uma doença psiquiátrica. Só depois de aposentada o meu diagnóstico foi feito. E como é que descobriram? Foi uma médica que também tinha o mesmo problema que eu, e nós fazíamos perícias juntas. Então ela fez a apalpação de nervo e fomos confirmar no Centro de Saúde Brasília 1. Foi assim que meu diagnóstico foi feito. Por mera sorte, não teria sofrido mais alguns anos.”
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Print Paulo Pinto/Agência Brasil"
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