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Saúde

Estudo da Fiocruz mostra desigualdades no acesso ao parto hospitalar

Na região Norte, grávidas enfrentam 133km e 5h para chegar ao hospital
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Cristiane Ribeiro - repórter da Rádio Nacional
17/02/2025 - 12:20
Rio de Janeiro
parto
© Marcelo Camargo/Agência Brasil

Um estudo do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde, da Fundação Oswaldo Cruz, reforça desigualdades no acesso ao parto hospitalar pelo SUS no Brasil. E aponta: uma em cada quatro mulheres precisou sair do município em que mora para dar à luz em uma maternidade do SUS, o Sistema Único de Saúde.

Os pesquisadores mapearam 6,9 milhões de partos em 2010-2011 e 2018-2019 e identificaram que a maioria das mortes maternas ou dos recém-nascidos ocorreram devido à demora no acesso ao serviço de saúde. As gestantes da região Norte enfrentam as maiores distâncias e tempo de viagem para dar à luz em um hospital. 

São cerca de 133 km e cinco horas de viagem; enquanto as gestantes da região Sul estão na outra ponta, percorrendo em média 55 km e gastando 52 minutos de suas residências até a maternidade.

A coordenadora do estudo, Bruna Fonseca, destaca que as diferenças regionais vão além das grandes distâncias a serem percorridas pelas parturientes. Segundo ela, fatores como a estrutura etária, taxa de fecundidade e práticas de parto hospitalar ou domiciliar também interferem na saúde das mães e dos bebês.

O levantamento teve a participação de pesquisadores das Universidades Federal do Rio de Janeiro e Federal Rural também do Rio e foi publicado na revista The Lancet Regional Health – Americas.

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