Acusação de fraude na venda de respiradores para o Consórcio Nordeste leva à prisão de 3 pessoas
Os nove estados nordestinos deveriam começar a receber, ainda no mês de maio, um total de 300 respiradores, que podem salvar a vida de portadores da Covid-19. Mas a empresa Hempcare, que faturou R$ 48 milhões dos cofres públicos pela venda desses produtos, não fez a entrega ao Consórcio Nordeste.
Três pessoas ligadas a essas fraudes foram presas nesta segunda-feira em uma operação coordenada pela Secretaria de Segurança Pública da Bahia. Duas foram detidas em Brasília e outra no Rio de Janeiro. Todas serão levadas para Salvador. O secretário de Segurança Pública da Bahia, Maurício Barbosa, esclarece que agora a meta é recuperar o prejuízo.
Além das prisões, foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão na capital baiana, em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Mais de 150 contas bancárias vinculadas à quadrilha foram bloqueadas. Segundo as investigações, a companhia que se apresentava como revendedora dos aparelhos não tinha vínculo com nenhuma fábrica chinesa de respiradores.
Como justificativa para não entregar os equipamentos aos estados nordestinos, a empresa brasileira afirmou ter percebido problemas nos aparelhos chineses. Então, resolveu contratar os serviços de uma empresa brasileira. O Consórcio Nordeste recusou esta troca. A delegada responsável pelas investigações, Fernanda Asfora, revela o que foi descoberto durante as buscas desta segunda-feira.
Além do Consórcio Nordeste, a empresa Hempcare tentou fechar negócios em outras partes do país, entre eles, com os Hospitais de Campanha e de Base do Exército, ambos em Brasília.
Ainda na semana passada, o Consórcio Nordeste instaurou processo administrativo para apurar todas as irregularidades. A empresa suspeita das fraudes informou que decidiu devolver os mais de R$ 48 milhões nos próximos dias.