A falta de policiais civis no município maranhense de Arari foi parar na justiça. O Ministério Público do Maranhão entrou com uma ação civil pública para que o governo estadual designe um delegado, três investigadores e um escrivão para a cidade.
Arari tem cerca de 30 mil habitantes e fica a 168 quilômetros da capital São Luís.
Todos os três investigadores lotados no município estão afastados do trabalho desde o início da pandemia, por serem do grupo de risco. O único escrivão da cidade trabalha em regime de plantão, dois dias por semana.
Na ação, a promotora de justiça Patrícia Fernandes afirma que a falta de profissionais da segurança pública prejudica os trabalhos do MP. Não é possível fazer diligências, localizar testemunhas nem realizar exames de corpo de delito.
Morador de Arari, Júlio Diniz relata a dificuldade de registrar um boletim de ocorrência.
A professora Maria Gorete Coelho lamenta que conflitos e crimes estão ficando sem solução.
O governo do Maranhão afirmou que, de 2019 para cá, nomeou mais de 200 profissionais, entre delegados, escrivães, investigadores e peritos criminais. Porém, desde maio, tem encontrado dificuldades em razão da Lei Complementar Federal que proíbe a nomeação de aprovados em concurso público e que gerem aumento de despesa por 180 dias.
O Executivo estadual ressaltou ainda que, em razão da pandemia, precisou afastar tanto os trabalhadores com casos confirmados como os de grupos de riscos em diversas localidades do Maranhão.