Hospital de campanha para Covid-19 no CE é alvo de operação policial
A Polícia Federal realizou nesta terça-feira uma operação para investigar desvio de recursos públicos no contrato do hospital de campanha montado no Estádio Presidente Vargas para atender pacientes com Covid-19, em Fortaleza.
27 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em empresas e nas casas dos investigados, na capital cearense, na cidade de São Paulo e em Pelotas, Rio Grande Do Sul.
O Hospital de Campanha funcionou de abril a setembro. Segundo a Prefeitura de Fortaleza, a unidade atendeu pouco mais de 1,2 mil pacientes.
A gestão da unidade foi feita por uma OS - Organização Social de São Paulo - contratada pela Secretaria Municipal de Saúde.
Segundo a Polícia Federal, as primeiras investigações apontam indícios da participação de servidores da Secretaria de Saúde de Fortaleza, integrantes da comissão de acompanhamento e avaliação do contrato de gestão, dirigentes da OS contratada e empresários.
O delegado da Polícia Federal Alan Robson Alexandrino citou alguns atos que chamaram a atenção dos investigadores.
A CGU, Controladoria Geral da União, estima que, dos R$ 50 milhões executados no contrato do hospital de campanha, R$ 7 milhões foram usados indevidamente.
O diretor de Operações Especiais da CGU, Israel Reis de Carvalho, afirmou que a controladoria segue analisando o contrato.
Além do material apreendido, o fluxo financeiro dos investigados também está em análise.
Em nota, a Prefeitura de Fortaleza afirmou que tem colaborado de forma integral com todas as ações de fiscalização dos órgãos de controle externo, atuando com absoluta transparência, e que conduziu com lisura e eficiência todo o processo de gestão na construção e funcionamento do hospital de campanha no Estádio Presidente Vargas.
A prefeitura destacou é ainda que a prestação de contas do contrato referente ao hospital de campanha já estava disponível no portal criado especificamente para dar transparência às ações de combate à pandemia do coronavírus. E que tem convicção que, ao final dessa ação fiscalizatória, ficará comprovado o correto e austero uso dos recursos públicos para proteger e salvar vidas durante a pandemia.