A região metropolitana do Rio de Janeiro registrou um aumento de 15% nas mortes por arma de fogo no primeiro semestre do ano, de acordo com levantamento do Instituto Fogo Cruzado. Mais de 1.100 pessoas foram baleadas nas 19 cidades do Grande Rio, quase 600 morreram e mais de 540 ficaram feridas.
Também foi registrado um aumento de 54% no número de chacinas. Foram 37 situações com três ou mais mortos na mesma ocorrência nos seis primeiros meses do ano. Cento e sessenta e seis pessoas foram assassinadas. Na maioria, segundo o levantamento, houve presença de agentes de segurança nas ocorrências.
O número de pessoas baleadas dentro de casa dobrou no primeiro semestre. Foram 32 pessoas atingidas por arma de fogo nessa situação, contra 16 em 2020. Este ano, 20 morreram e 12 ficaram feridas.
A violência vitimou também agentes de segurança. Segundo o levantamento, 94 foram baleados e 38 morreram. Um aumento de 27% na comparação com o primeiro semestre do ano passado.
No total, o levantamento registrou mais de 2.700 tiroteios ou disparos de arma de fogo. O número representa uma média de 15 tiroteios por dia, número 7% maior que o acumulado no primeiro semestre de 2020.
A capital fluminense concentrou mais da metade desses registros. O relatório aponta que 26% dos tiroteios ocorridos neste primeiro semestre resultaram em mortos ou feridos.
O Instituto Fogo Cruzado é uma plataforma digital colaborativa que mapeia dados sobre violência armada através de um aplicativo para celular, aliado a um banco de dados. A iniciativa foi lançada em 2016 para atender a região metropolitana do Rio e desde 2018 opera também na região metropolitana do Recife.
As secretarias de estado de Polícia Civil e Polícia Militar foram procuradas para comentar o aumento nos índices de violência apontado pelo levantamento, mas não responderam até o fechamento da matéria.