No dia seguinte ao início da Operação Cidade Integrada, 250 policiais militares seguem ocupando a Comunidade do Jacarezinho, uma das áreas que concentram organizações do crime organizado, na zona norte do Rio. Noutro ponto que recebeu policiamento reforçado, apontado pelo governo do estado como parte de uma nova política de segurança pública, foi a comunidade Muzema, na zona oeste, principal ponto de atuação da milícia, 100 PMs seguiram, nesta quinta-feira (20), ocupando a região.
As ações resultaram na apreensão de drogas e armas, e prisão de ao menos 32 suspeitos. Ao longo de toda a operação não foram registradas trocas de tiros.
A Operação Cidade Integrada acontece 14 anos após a criação das UPPs, Unidades de Polícia Pacificadora, um projeto também do governo do estado, que tinha como objetivo, recuperar territórios dominados pelo tráfico de drogas e levar paz às comunidades.
A reportagem procurou o governo do estado solicitando detalhamento do novo projeto, mas não recebeu retorno.
Pelas redes sociais, o governador Cláudio Castro (PL) prometeu anunciar no próximo sábado (22) as ações que, segundo ele, servirão de modelo para outros lugares que sofrem com a ausência de serviços e programas do poder público. Castro escreveu, ainda, que a operação iniciada no Jacarezinho é um processo de transformação das comunidades cariocas.
Logo após o início da operação, na quarta-feira (19), o prefeito do Rio, Eduardo Paes, falou que apoia a Operação Cidade Integrada, apesar de a prefeitura não ter participado do planejamento.
Pelas redes sociais, organizações sociais que atuam em áreas vulneráveis da cidade manifestaram desconfiança. Entre as lideranças, Renê Silva, fundador do Voz das Comunidades, cobrou em seu perfil no Twiter que, para funcionar de fato, qualquer ação precisa levar às comunidades serviços essenciais como assistência médica e saneamento.
Em nota, a Polícia Civil informou que, como parte das estratégias do programa do governo do estado de retomada de territórios, atuou na ação inicial junto à PM. Mas que, neste segundo momento, a instituição segue o seu papel de polícia judiciária no processo de inteligência e investigação; enquanto os PMs permanecem baseados nas comunidades.