A violência armada no Rio de Janeiro marcou a volta às aulas no Grande Rio. Somente na primeira semana, entre os dias 6 e 10 de fevereiro, o Instituto Fogo Cruzado contabilizou 29 tiroteios próximos a unidades escolares, públicas e particulares, da Região Metropolitana da capital fluminense. O número é quase a metade de todos os tiroteios registrados no período para a área.
A maioria dos registros ocorreram na capital, que concentrou 20 ocorrências. O levantamento considera como entorno um raio de até 300 metros da instituição de ensino, durante horário letivo.
O coordenador Regional do Instituto Fogo Cruzado no Rio de Janeiro lembra que, além do risco à segurança física desses alunos, há ainda um impacto na saúde mental deles e também na rotina dos pais.
De acordo com o mapeamento do Fogo Cruzado, a região da Cidade de Deus e Gardênia Azul, na zona oeste, marcada por disputas entre tráfico e milícia, registrou tiroteios em sequência nos dias 7, 10 e 13 deste mês, que afetaram dezenas de escolas com a suspensão das aulas. Algumas unidades ainda permaneceram fechadas também no dia 14.
Na comunidade da Maré, centenas de estudantes e responsáveis foram prejudicados com o cancelamento da reinauguração, na terça-feira, de uma creche. O motivo foi uma operação policial na região.
A Secretaria de Educação do Rio informou que, em parceria com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, instituiu o Programa Acesso Mais Seguro em unidades localizadas em áreas de conflito. E que sempre que há uma situação de risco é acionado o protocolo para minimizar os riscos e é ofertado aos alunos do ensino remoto.
A Secretaria de Estado de Polícia Militar informou que as ações de enfrentamento ao crime organizado são planejadas com base em informações de inteligência, com preocupação central em preservar vidas. E, ainda, que a corporação possui as Patrulhas Escolares e de Proteção à Criança e ao Adolescente para atender as demandas das unidades de ensino do Estado.