Polícia Rodoviária Federal cria grupo de trabalho para implementar câmeras corporais nas roupas de policiais em 60 dias.
A proposta foi uma recomendação do Ministério Público Federal, após o assassinato de Genivaldo de Jesus Santos, em maio de 2022, em uma abordagem de policiais rodoviários em Sergipe.
Para o coordenador de Comunicação Institucional da Polícia Rodoviária Federal, Mateus de Paula, a instalação de câmeras atende não só a PRF, como toda a sociedade.
O Ministério da Justiça confirma que está planejando colocar câmeras em todas as Polícias Federais. De acordo com Marivaldo Pereira, secretário de Acesso à Justiça, está sendo feito um diálogo com os comandos das polícias para ver qual a melhor maneira de implantar as câmeras.
A professora de direito da FGV Fernanda Prates, especialista em segurança, aponta que ainda há muito o que se debater sobre o uso dessas câmeras e suas imagens produzidas, principalmente em relação à privacidade de quem é filmado. Ela afirma que essa não deve ser a única solução para mudança das polícias.
Segundo o Conselho Nacional de Secretários de Segurança Pública, as câmeras corporais vêm servindo para proteger os policiais, fortalecer provas, reduzir o uso da força, diminuir denúncias e permitir a avaliação do serviço prestado.
Sobre o caso de Genivaldo, em Sergipe, o Ministério Publico afirma que as imagens mostram que ele não resistiu à abordagem dos policiais. Que foi trancado em uma viatura da PRF, utilizada como uma câmara de gás.
A justiça já determinou prisão dos policiais, que serão submetidos ao Tribunal do Júri, e julgados pelos crimes de tortura e homicídio triplamente qualificado.