O tempo médio de vida de uma pessoa que passou pela prisão é de apenas um ano e meio depois que consegue a liberdade e uma grande parte dessas mortes ocorre em casos de violência.
Os dados estão na pesquisa “Letalidade prisional: uma questão de justiça e de saúde pública”, do Conselho Nacional de Justiça. O levantamento analisou mais de mil casos, selecionados num universo de 115 mil processos de 2017 a 2021.
Entre as mortes que acontecem fora dos muros das cadeias, predominam as provocadas por armas de fogo e hemorragias. Esses casos junto com esfaqueamentos, estrangulamentos e decapitações, representam quase 30% dessas mortes.
Dentro das unidades prisionais, insuficiência respiratória e cardíaca, sepse e pneumonia, somados à tuberculose, representam mais de 62% das mortes.
Um dado chama a atenção sobre a tuberculose. A detecção da doença nas prisões chega a ser 30 vezes maior do que na população em liberdade.
A coordenadora nacional da Pastoral Carcerária, Irmã Petra Pfaller, diz que o cenário mostrado na pesquisa é o que a entidade chama de tortura estrutural.
Segundo a pesquisa, um quarto das mortes que ocorrem dentro das prisões é causada por estrangulamento e armas de fogo ou perfurantes.