A Polícia Federal cumpriu, nesta sexta-feira (10), um mandado de prisão e quatro de busca e apreensão na Vila Sudoeste, zona rural de São Félix do Xingu, no Pará, como parte da segunda fase da Operação de Desintrusão das Terras indígenas Apyterewa e Trincheira Bacajá.
Foi preso preventivamente o presidente de uma associação de trabalhadores rurais, investigado pelos crimes de invasão e exploração econômica da terra Indígena Trincheira Bacajá.
Ele teria induzido e mantido os invasores das terras indígenas com a falsa promessa de regularização da área invadida, como explica o delegado José Roberto Peres, superintendente da Polícia Federal no Pará.
A Operação de Desintrusão, que tem o objetivo de garantir o direito dos ocupantes tradicionais desses territórios, é resultado de uma determinação do Supremo Tribunal Federal, e teve início há um mês.
Nilton Tubino, coordenador geral da operação, explica como a Secretaria-Geral da Presidência da República, Funai, Força Nacional, Ministério Público e outros órgãos atuam, no momento, para impedir o retorno de invasores a essas áreas.
De acordo com o Ministério Público Federal, a Terra Indígena Trincheira Bacajá, ocupada tradicionalmente por mais de mil indígenas das etnias Xikrin e Mabengôkre Kayapó, tem sido alvo de invasões de não indígenas desde 2018.
O mesmo ocorre com o território Apyterewa que, desde sua homologação, em 2007, vem sofrendo aumento gradual no número de invasores, segundo o MPF.
Em outubro deste ano, a estimativa era de que mais de 3 mil pessoas não pertencentes a etnia Parakanã residiam ilegalmente na região, ocupada por 1.400 indígenas.