SP: letalidade da Polícia Militar cresce mais de 70%
A letalidade policial no estado de São Paulo subiu mais de 71% neste primeiro semestre de 2024 comparado ao mesmo período do ano passado. Foram 344 pessoas mortas por PMs este ano, enquanto em 2023, foram 201. Os dados são do painel de monitoramento do Grupo de Controle Externo da Atividade Policial (Gaesp) do Ministério Público de São Paulo.
O aumento das mortes vem na esteira da operação Verão, no litoral paulista, uma continuidade da operação Escudo, realizada no segundo semestre do ano passado. Nas duas operações, pelo menos 80 pessoas foram mortas por policiais militares, o que faz com que sejam consideradas as mais letais da polícia desde o massacre do Carandiru em 1992.
Entidades de direitos humanos também criticam a nova licitação para 12 mil câmeras corporais para as PMs do estado. Os equipamentos não terão acionamento automático e gravação ininterrupta. Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o uso das câmeras diminuiu a letalidade policial em mais de 62% de 2019 para 2022.
Esta semana, dois PMs que participaram da operação Escudo no segundo semestre do ano passado viraram réus por homicídio qualificado e manipulação de provas. O juiz também pediu o afastamento dos policiais de suas funções.
Em nota, a secretaria de Segurança Pública afirmou que o estado tem as menores taxas de casos e vítimas de homicídios dolosos, que a pasta tem investido em capacitação do efetivo e que as mortes decorrentes de intervenção policial são consequência direta da reação violenta dos criminosos à ação das forças de segurança e que todos os casos de morte em decorrência de intervenção policial são rigorosamente investigados.