PF indicia Bolsonaro e outras 36 pessoas por crime de golpe de Estado
O ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas foram indiciadas pelos crimes de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa.
Entre os envolvidos também estão:
- o presidente do PL Waldemar Costa Neto;
- o ex-diretor da Abin e atual deputado federal Alexandre Ramagem;
- o ex-ministro da Justiça Anderson Torres;
- o ex-ministro do GSI e general Augusto Heleno;
- o ex-ministro da defesa e general Braga Neto;
- e o ex-comandante da marinha e almirante Almir Garnier;
A Polícia Federal informou que encerrou a investigação sobre a organização que atuou de forma coordenada para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder. O relatório final já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal.
Segundo a PF, as provas foram obtidas por meio de diversas diligências policiais, quebra de sigilos, colaboração premiada, busca e apreensões, entre outras medidas autorizadas pelo Judiciário.
A investigação permitiu individualizar as condutas e constatar a existência de seis núcleos criminosos:
- de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral;
- Responsável por Incitar Militares à Aderirem ao Golpe de Estado;
- de acompanhamento Jurídico;
- Operacional de Apoio às Ações Golpistas;
- de Inteligência Paralela;
- Operacional para Cumprimento de Medidas Coercitivas.
O inquérito deve agora ser encaminhado para a Procuradoria-Geral da República para as devidas denúncias.
Pelas redes sociais, Jair Bolsonaro disse que vai esperar seu advogado e atacou o ministro Alexandre de Moraes, afirmando que ele “conduz o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”.
Procuradas, as defesas do General Heleno, do deputado Alexandre Ramagem, do general Braga Netto e de Valdemar da Costa Neto disseram que não vão se manifestar.
Já os advogados do ex-ministro Anderson Torres informaram que irão se posicionar após terem acesso ao relatório de indiciamento.
A defesa do General Braga Netto também disse que vai aguardar para emitir um posicionamento formal e fundamentado.
O advogado do almirante Almir Garnier disse que reitera a inocência do investigado e que ainda não teve acesso integral aos autos.
*Atualizada para acrescentar as manifestações dos indiciados.