Brasil terá quatro atletas titulares e um reserva no hipismo paralímpico
O Brasil terá quatro atletas titulares (Sérgio Oliva, Marcos Fernandes Alves, Rodolpho Riskalla e Vera Lucia Mazzili) disputando o hipismo paralímpico no Rio de Janeiro. O time é complementado por um atleta reserva (Thiago Fonseca). A única modalidade da competição é o adestramento, com provas individuais e por equipes, que começarão no dia 11 de setembro. As disputas com medalha se estenderão de 13 a 16 daquele mês.
Não haverá, entretanto, cavalos brasileiros disputando provas com atletas nacionais. Todos os 78 cavalos da Paralimpíada virão do exterior, informou hoje (11) a diretora de Paraequestre da Confederação Brasileira de Hipismo (CBH), Marcela Parsons. De acordo com a CBH, podem participar do hipismo paralímpico portadores de deficiências físicas e sensoriais.
A partir de 15 de agosto e até 4 de setembro, a Seleção Brasileira Paralímpica de Hipismo vai fazer aclimatação na França. No dia seguinte, os atletas desembarcam no Brasil, coincidindo com a chegada dos cavalos que participarão da Paralimpíada.
O esporte estreou nos Jogos Paralímpicos de Atlanta, em 1996. Na edição Rio 2016, atletas paralímpicos disputarão dez provas individuais de adestramento e uma por equipes. Marcela Parsons lembrou que o Brasil já é medalhista olímpico, com Marcos Fernandes Alves, o Joca, que ganhou duas medalhas de bronze nos Jogos de Pequim, em 2008.
Segundo a diretora da CBH, a experiência do Brasil na última etapa classificatória para a Paralimpíada, na semana passada, na Inglaterra, em que o Brasil ficou com medalha de prata por equipes e também no Grau 4, além de medalhas de bronze, dá ao país uma expectativa bastante positiva de medalhas para a Rio 2016. “O Brasil vem muito forte”, afirmou. O grande adversário do Brasil é a Grã-Bretanha, tradicional vencedor no hipismo paralímpico.
Apesar da confiança no bom desempenho do Brasil, Marcela Parsons adiantou que é difícil o país chegar ao ouro. “Tem chances de disputar medalha em vários graus, mas o ouro é complicado. Pela primeira vez, a chance não é só em uma categoria. É por equipes, em vários graus, com cinco categorias. Mas vencer a Inglaterra ainda é difícil para a gente e também para o resto do mundo”. Acrescentou que o Brasil disputará medalha por equipes, individual e estilo livre. As medalhas são atribuídas ao conjunto formado por cavalo e cavaleiro.
Para Marcela Parsons, o atleta brasileiro melhor “ranqueado” atualmente é Sérgio Oliva, do grau A (atleta com maior comprometimento físico). “Mas nossa equipe é muito forte. Tem o Marcos Alves, que já é medalhista, e o Rodolpho Riskalla, atleta novo que vem muito forte.”
O hipismo é a única modalidade esportiva paralímpica em que mulheres e homens competem juntos, sem distinção de gênero. Com 65 anos de idade, Vera Lúcia compete pela primeira vez nos jogos e tem mostrado bons resultados nas etapas preparatórias, disse Marcela.
A diretora informou ainda que, em relação à acessibilidade, os cavaleiros têm adaptações no material de montaria, mas a pista é normal. O maior medalhista do hipismo paralímpico é o inglês Lee Pearson, com 12 medalhas, sendo dez de outo, uma de prata e uma de bronze.
Deficiências
Dados da CBH revelam os diferentes graus ou classes em que um atleta paralímpico é enquadrado. Dos graus 1A e 1B, fazem parte “cadeirantes” com pouco controle do tronco ou comprometimento da função nos quatro membros ou com ausência de controle de tronco e boa funcionalidade nos membros superiores, ou ainda controle de tronco moderado com comprometimento severo nos quatro membros.
No grau 2, estão cadeirantes ou pessoas com comprometimento locomotor severo, envolvendo tronco e com boa a razoável funcionalidade dos membros superiores ou atletas que possuem comprometimento unilateral severo. Geralmente, segundo a CBH, esses atletas são capazes de andar sem ajuda. Nessa classe estão incluídas ainda pessoas com comprometimento unilateral moderado, comprometimento moderado nos quatro membros ou comprometimento severo dos braços. Cegos totais de ambos os olhos também fazem parte desta classe, informou a entidade.
O grau 3 inclui pessoas capazes de andar sem auxílio, mas com comprometimento unilateral moderado, comprometimento moderado nos quatro membros ou comprometimento severo dos braços. Cegos totais também fazem parte dessa classe.
No grau 4 estão atletas com um ou dois membros comprometidos ou alguma deficiência visual.