Simpósio em São Paulo discute estratégias para o envelhecimento ativo
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A saúde do idoso e o caminho para um envelhecimento ativo é o tema do Simpósio Estratégias para o Envelhecimento Ativo na América Latina, organizado pelo Centro Internacional da Longevidade (ILC). O objetivo é a troca de conhecimento e experiência sobre o envelhecimento entre os países da região.
Segundo o presidente da International Association of Gerontology and Geriatrics (IAGG), José Ricardo Jauregui, o principal pilar é a saúde, que tem a ver principalmente com a atividade física e com a alimentação adequada. "O outro pilar é a participação social, é ter relacionamento com outras pessoas, porque o isolamento é muito maléfico para a saúde do idoso. Estudos mostram que pessoas isoladas têm mais doenças cardiovasculares", disse o geriatra, que apresentou no simpósio uma perspectiva internacional para os próximos 20 anos.
Jauregui ressaltou ainda importância da educação ao longo da vida. "Há resultados muito interessantes na prevenção de doenças. Por exemplo a aprendizagem de um idioma novo, ou de algo diferente do que se fez ao longo da vida, isso previne em 5 ou 10 anos o começo do deterioramento cognitivo."
No primeiro dia do encontro, os debates foram conduzidos por especialistas em longevidade da Argentina, do Brasil, do Chile, da Costa Rica, do México e do Uruguai com o objetivo de buscar soluções e trocar experiências sobre os desafios do envelhecimento e o papel dos setores público, privado, acadêmico e da sociedade da região.
A doutora em Ciências Sociais e investigadora principal da Universidade Nacional Autónoma do México Verónica Oca Monte falou da experiência em seu país. "Houve uma transformação no setor de saúde para proporcionar atenção com enfoque comunitário em gerontologia, por exemplo."
Outro painel mostrou as políticas públicas do Brasil para os idosos. A ex-presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa (CDNI) Lucia Secoti destacou que o Estatuto do Idoso é uma das conquistas da área. Ela considerou positivo o entendimento desses direitos, advindos da Lei 10,741, que é o Estatuto do Idoso. "Quanto mais você entende esses direitos, mais você constrói as políticas públicas com esse embasamento. Já o viés negativo é a desigualdade social, que temos visto intensificar-se na sociedade".
Na sexta-feira (8) o simpósio continua com uma oficina de trabalho cujo objetivo é criar um debate intersetorial sobre o tema. O evento é gratuito.
Segundo o Centro Internacional da Longevidade, a América Latina e o Caribe atravessam um período de transformação demográfica sem precedentes. "A taxa de natalidade em declínio e uma vida mais longa, cerca de quatro anos a mais por década, oferecem desafios para promover políticas públicas que contribuam com o envelhecimento saudável e ativo", destaca a entidade.
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