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Saúde

Paraná quer realizar testes da fase 3 da vacina russa contra covid-19

Meta é prozudir e distribuir a vacina em todo território brasileiro
Luciano Nascimento - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 26/08/2020 - 15:03
Brasília
Funcionário da CureVac demonstra fluxo de pesquisa para vacina contra coronavírus em Tuebingen, na Alemanha
© Reuters/Koki Kataoka/Direitos Reservados

O estado do Paraná pretende realizar os testes da fase 3 da vacina russa contra o novo coronavírus, batizada de Sputinik V. A informação foi dada hoje (26) pelo diretor-presidente do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), Jorge Callado, durante uma audiência da comissão externa da Câmara dos Deputados que trata das ações de enfrentamento à pandemia.

Após o anúncio da vacina russa, o governo do Paraná firmou um acordo de cooperação com o Fundo Russo de Investimentos Diretos (RFPI, na sigla em russo) para a realização de testes, produção e distribuição da vacina em território brasileiro. De acordo com Callado, antes é preciso encaminhar os resultados das pesquisas com a vacina nas fases 1 e 2 para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

“Estamos trabalhando para fazer a fase 3 em território brasileiro também, após encaminharmos a Anvisa as informações referentes as fases 1 e 2”, disse Callado durante a audiência. “Na sequência, vamos buscar também a questão da própria fabricação [da vacina] em território brasileiro, possivelmente de uma forma consorciada”, acrescentou.

Na Rússia, os testes da fase 3 da vacina começarão a ser aplicados na próxima semana. A intenção do governo russo e aplicar a vacina em 40 mil voluntários. A vacina russa é intramuscular administrada em duas doses. A segunda deve ser aplicada 21 dias após a primeira.

Durante a audiência, o diretor do Instituto Gamaleya de Epidemiologia e Microbiologia, Alexander Gintsburg, falou sobre as particularidades da vacina russa, desenvolvida pelo instituto e que usa dois tipos de vetores adenovirais, Ad5 e Ad26 contra a covid-19.

As demais vacinas que estão em estudo no Brasil, a de Oxford, desenvolvida pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, em parceria com a empresa AstraZeneca e a vacina chinesa que vai começar a ser testada no Brasil pelo Instituto Butantan, usam apenas um vetor.

Segundo Gintsburg, o uso de dois vetores é uma tecnologia que vem sendo desenvolvida pelo instituto desde 2015 e já foi aplicada em vacinas contra o Ebola e a síndrome respiratória do Médio Oriente (MERS) com sucesso. Ele disse que estudos preliminares com um grupo de mil pessoas, apontam para a possibilidade da vacina ter um longo período de imunização, que poderia chegar até a dois anos de imunização.

Gintsburg disse que o convênio com o Brasil prevê a produção de 60 mil doses da vacina, mas que a intenção do instituto Gamleya é formar convênios para aumentar a produção.“No Brasil podemos ter 60 mil doses e queríamos aumentar as capacidades de produção. Já temos convênio para produzir 60 mil doses queríamos produzir até 300 mil doses por ano”, disse. “Podemos testar e fazer ensaios clínicos no Brasil e produzir a vacina não só para o Brasil, mas para a América Latina”, acrescentou Gintsburg ao afirmar que a intenção do governo russo é produzir internamente 120 milhões de doses da vacina por ano.

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