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Saúde

Governo do Rio estuda antecipar feriados de abril para fim de março

Objetivo é reduzir circulação de pessoas e conter avanço da covid-19
Vinícius Lisboa - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 21/03/2021 - 11:22
Rio de Janeiro
People enjoy the Ipanema beach, following the coronavirus disease (COVID-19) outbreak, in Rio de Janeiro
© Reuters/Pilar Olivares/Direitos Reservados

O Governo do Estado do Rio de Janeiro estuda antecipar os feriados de abril para março, com o objetivo de reduzir a circulação de pessoas e prevenir o aumento de casos, internações e óbitos por covid-19. A proposta prevê criar um feriado prolongado entre 26 de março e 4 de abril. Além dos feriados de Tiradentes (21 de abril) e da Semana Santa, seria antecipado também o feriado estadual do Dia de São Jorge, comemorado em 23 de abril.

A ideia foi discutida ontem (20) pelo governador em exercício, Claudio Castro, com representantes de empresários de diversos setores, como o comércio, a indústria e o turismo. Também participaram do encontro secretários estaduais da Casa Civil e Governo, os deputados federais Dr. Luizinho e Hugo Leal e os deputados estaduais Marcio Pacheco (líder do Governo), Rodrigo Amorim e Léo Vieira.

Representaram os empresários na reunião o presidente da Fecomércio, Antonio Florencio de Queiroz Junior; a presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro, Ângela Costa; o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis, Paulo Michel; o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes, Pedro Hermeto; o presidente da Associação dos Supermercados do Rio, Pedro Paulo; e o presidente do MetrôRio, Guilherme Ramalho. Estiveram presentes ainda representantes da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), da Supervia, da Fetranspor, do Sindicato dos Bares e Restaurantes do Rio, da Associação de Empresas de Eventos, da Apresenta Rio e da Multiplan.

Na manhã deste domingo, o assunto será tratado entre o governador e os prefeitos do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, e de Niterói, Axel Grael, em uma reunião no Palácio das Laranjeiras.

Colapso do sistema de saúde

A taxa de ocupação das unidades de terapia intensiva (UTIs) para pacientes com covid-19 no Sistema Único de Saúde tem crescido de forma consistente no estado do Rio de Janeiro. No último boletim do Observatório Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), de 16 de março, a taxa estava em 79% e, segundo a atualização de ontem do painel estadual de monitoramento da pandemia, esse percentual já chegou a 85,5%. Na capital, a situação é ainda pior, com 93% dos leitos de UTI ocupados.  

Qualquer percentual acima de 80% é considerado na zona de alerta crítico pela Fiocruz. A fundação recomendou, na semana passada, medidas para reduzir a circulação de pessoas e promover o distanciamento social em todo o território nacional, com o objetivo de conter o que se considera o maior colapso sanitário e hospitalar da história do Brasil, já que 24 estados e o Distrito Federal haviam superado os 80% de ocupação de leitos na última quarta-feira.

Vacinas

A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro prevê realizar amanhã a maior entrega de vacinas contra covid-19 aos municípios desde o início da imunização no estado. Serão distribuídas 759,1 mil doses da vacina CoronaVac (618,2 mil para a primeira dose e 130,9 mil para a segunda dose) e 10 mil doses da vacina Covishield, da Oxford/AstraZeneca.

Desde o início da vacinação, o estado do Rio de Janeiro já recebeu 2.716.120 de doses de vacinas, sendo 2.425.120 da CoronaVac e 391 mil da Covishield. Do total de imunizantes recebidos pelo estado do Rio de Janeiro, 1.869.210 haviam sido distribuídos às cidades fluminenses até quarta-feira.

Até as 9h de hoje (21), 850 mil pessoas receberam ao menos a primeira dose de uma das duas vacinas contra covid-19, segundo o Vacinômetro do governo estadual. A segunda dose já foi aplicada em 294 mil pessoas.

De acordo com o painel Monitora Covid-19, da Fundação Oswaldo Cruz, o número de pessoas vacinadas com a primeira dose corresponde a 6,29% da população fluminense, sendo 2,18% o percentual de pessoas que receberam também a segunda dose.