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Saúde

Governo abrirá 600 vagas de capacitação contra covid-19, diz Queiroga

Vagas serão para médicos intensivistas, enfermeiros e fisioterapeutas
Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 14/04/2021 - 14:33
Brasília
O chefe do médico da UTI, Everton Padilha Gomes, examina uma radiografia de tórax de um paciente em um hospital de campo criado para tratar pacientes que sofrem da doença por coronavírus (COVID-19) em Guarulhos, São Paulo
© REUTERS / Amanda Perobelli/Proibida reprodução

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou hoje (14) que o governo vai oferecer 600 vagas em residência médica e multiprofissional para formar médicos intensivistas, enfermeiros e fisioterapeutas. A atuação dos profissionais será no enfrentamento à pandemia de covid-19.

O anúncio foi feito após a segunda reunião do Comitê de Coordenação Nacional para Enfrentamento da Pandemia da Covid-19, no Palácio do Planalto, em Brasília.

Para o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que também participou da reunião, é importante a presença de profissionais especializados, principalmente nas unidades de terapia intensiva. “A habilitação de profissionais que possam fazer o enfrentamento da pandemia é fundamental. Precisamos de material humano, de pessoas bem formadas para esse atendimento”, disse.

Kit intubação

Durante a reunião, Queiroga também apresentou as ações do governo para aumentar a oferta de insumos estratégicos para a área de saúde, como os kits de intubação. De acordo com ele, nos próximos 10 dias, os estoques reguladores devem estar fortalecidos, fruto de uma iniciativa de compra direta com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), braço da Organização Mundial de Saúde (OMS) nas Américas.

O governo brasileiro também fará um pregão internacional para adquirir os fármacos do kit, que incluem sedativos e bloqueadores neuromusculares. “Não há nada mais traumático e trágico que ter um paciente no leito de UTI e não ter kit de intubação para mantê-lo intubado”, disse o senador Pacheco, destacando que o governo precisa manter atenção sobre esses estoques.

Além disso, o Ministério da Saúde está articulando, com o Canadá, a importação de 18 caminhões para o transporte de oxigênio aos estados e municípios. O objetivo, segundo Queiroga, é chegar a 50 caminhões.

Campanhas de conscientização

Rodrigo Pacheco destacou a importância das campanhas publicitárias do governo para conscientização da população sobre a vacinação. Elas agora serão reforçadas para destacar todos os métodos preventivos de pandemia: o uso de máscaras, a higienização das mãos, o isolamento e distanciamento social, além da vacinação. “Aqueles que já têm condição pelo PNI [Programa Nacional de Imunizações] que se vacinem, porque esse é um ato de preservação humana muito importante para o indivíduo e para a coletividade”, disse o senador.

Ontem (13), o Ministério da Saúde divulgou a lista dos estados com pessoas que estão em atraso para tomar a segunda dose de vacinas contra a covid-19. Cerca de 1,5 milhão de brasileiros estão nessa situação e precisam ir aos postos de vacinação.

Pacheco elogiou a atuação e o “espírito de aceitação democrático” do ministro Queiroga, que, segundo ele, tem assimilado e levado adiante as sugestões apresentadas no comitê.

O órgão foi criado em março como uma instância de coordenação nacional de enfrentamento à pandemia e tem a participação dos presidentes da República, da Câmara e do Senado e representantes do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e CNJ, esses últimos na condição de observadores. A coordenação técnica é do Ministério da Saúde.

Órfãos da covid-19

Por fim, o deputado Dr. Luizinho (PP-RJ), que estava presente na reunião do comitê, falou sobre o que ele chamou de “órfãos da covid-19”, que são as crianças e adolescente que perderam seus cuidadores para a doença. Segundo ele, o Brasil tem cerca de 50 mil jovens nessa condição, após a morte de seus pais e avós que sustentavam as famílias.

Para o parlamentar, o governo precisa criar um programa efetivo de amparo a esse público. “Precisamos de um planejamento porque em 20 anos ainda sofreremos sequelas da covid-19, sejam elas psicológicas, sejam econômicas. É fundamental olhar para essas crianças e adolescentes”, disse o deputado.