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Economia

Intenção de consumo das famílias registra maior nível em dois anos

Nielmar de Oliveira - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 28/11/2017 - 13:32
Rio de Janeiro

A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) alcançou em novembro 80,2 pontos, um crescimento de 3% em relação a outubro. É o maior nível alcançado desde os 81,8 pontos de junho de 2015. Os dados foram divulgados hoje (28) , pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), e o indicador pode variar de 0 a 200.

Apesar da alta em relação a outubro, o índice continua abaixo dos 100 pontos, o que indica “a lenta recuperação do otimismo das famílias e percepção de insatisfação com a situação atual”, na avaliação da CNC. Quando a comparação se dá com novembro do ano passado, a alta do indicador chegou a 7,9%.

Para o economista da CNC Bruno Fernandes, mesmo com a lenta recuperação do otimismo das famílias, o resultado de novembro indica que ”a trajetória favorável da inflação, aliada a um leve recuo do custo do crédito e retomada da massa salarial, vem liberando uma fatia maior do orçamento das famílias para o consumo”.

O nível de confiança das famílias com renda abaixo de dez salários mínimos apresentou melhora de 3% na comparação mensal, mesmo percentual verificado entre as famílias que recebem mais de dez salários mínimos. O índice das mais ricas ficou em 92,7 pontos, enquanto o das demais faixas de renda foi de 77,8. Todos os outros índices por faixa de renda também continuam abaixo dos 100 pontos.

Indústrias

Otimismo em relação ao emprego atual puxou a alta Arquivo/ABr

Emprego atual em alta

Único subitem acima da zona de indiferença de 100 pontos foi o componente emprego atual, com 108,8 pontos. O índice teve aumento de 1,3% na comparação com o mês anterior. Em relação a novembro do ano passado, também houve melhora de 3%. O percentual de famílias que se sentem mais seguras em relação ao emprego atual é de 32,9%, ante 31,7% em outubro.

A percepção das famílias sobre a renda atual obteve a maior variação mensal desde março, ao fechar novembro com alta de 2,7%. Na comparação com 2016, este aumento foi de 4,8%.

A preocupação das famílias em relação ao mercado de trabalho aparece no componente perspectiva profissional. Com 96,3 pontos, o subitem apresentou variação positiva de 3,3% na comparação mensal e queda de 2,5% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Aumento na perspectiva de consumo

Uma das mais importantes constatações da pesquisa da CNC é a de que, este ano, deverá ocorrer o primeiro crescimento anual das vendas do setor desde 2013. Ao constatar o maior fôlego nas vendas em relação ao ano anterior, a entidade revisou o crescimento do desempenho do varejo ampliado no final do ano de +2,8% para +3,7%, o que reforça a expectativa de crescimento anual.

“Esse cenário se baseia na percepção de que a inflação deverá permanecer livre de pressões neste ano, permitindo que as taxas de juros mantenham a trajetória de queda", constatou a pesquisa. A expectativa é que o grau de confiança dos consumidores aumente e sustente o crescimento das vendas, a partir da recuperação do mercado de trabalho..

O componente nível de consumo atual atingiu 56,1 pontos, um aumento de 2,9% em relação ao mês anterior e de 14,7% ante novembro do ano passado. Já a perspectiva de consumo registrou aumento de 6% em relação ao mês anterior e de 21,7% na comparação anual.

O item sobre o momento para comprar bens duráveis teve incremento de 2,4% na comparação mensal e de 17,7% em relação a 2016. Já o item acesso ao crédito, com 73,9 pontos, registrou aumento de 2,9% na comparação mensal e de 10,5% em um ano.