Venda da Cepisa vai acabar com o apartheid energético, diz ministro
O ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, avaliou hoje (26) que a venda da Companhia Energética do Piauí (Cepisa), distribuidora da Eletrobras, vai acabar com o apartheid energético no país. Venceu a única proponente, a Equatorial Energia S.A., no leilão executado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), na B3, bolsa de valores de São Paulo.
“Temos as regiões Norte e Nordeste com uma energia de qualidade mais baixa, pagando um preço mais caro, em condições de abastecimento totalmente diferenciadas do resto do país. Isso não é saudável”, disse o ministro.
Romeu Rufino, diretor geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), prevê que ocorrerá um desconto tarifário inicial de 8,52% para o consumidor, tendo em vista o desequilíbrio de custos identificado na concessão atual da distribuidora. Além disso, a vencedora do leilão terá de devolver a outorga de R$ 95 milhões à União.
O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Ronaldo Fonseca, disse que o leilão foi um sucesso. “A iniciativa privada está somando com o governo para melhorar a vida dos usuários do Piauí”, disse. “O consumidor terá um serviço com mais qualidade e com preço razoável, isso é o que o governo queria”.
Resistência
O presidente da Equatorial Energia, Augusto Miranda, disse que a resistência dos trabalhadores contra a privatização é natural. E citou exemplos da atuação da empresa no Pará e Maranhão, onde houve essa transição. “O processo foi muito tranquilo, de diálogo com os sindicatos, que são muito aguerridos. Mas a gente conseguiu estabelecer um diálogo muito sério, mostrar os benefícios”, disse.
Leilão
No leilão, seria considerada vencedora a proponente que oferecesse o lance com maior índice de deságio na flexibilização tarifária, que deveria ser acima de zero. A Equatorial Energia SA ofereceu, em envelope lacrado, o índice de 119 pontos.
A Cepisa foi a primeira das seis distribuidoras da Eletrobras a ser privatizada. No último dia 18, o BNDES havia afirmado que manteria a realização do leilão no dia 26, após uma decisão judicial ter suspendido uma liminar que impedia o leilão das subsidiárias da Eletrobras.