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Economia

Custos industriais caem 1,5% no segundo trimestre

Queda foi estimulada por medidas contra a pandemia 
Kelly Oliveira - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 24/09/2020 - 05:30
Brasília
indústrias; fábricas;

Metalúrgica Durametal durante fabricação de cubos de rodas.

Fortaleza (CE) 17.07.2014 - Foto: José Paulo Lacerda
© CNI/José Paulo Lacerda/Direitos reservados

O Indicador de Custos Industriais caiu 1,5% no segundo trimestre de 2020, comparado ao período anterior, segundo dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI). A entidade considera a redução “um alívio” para o setor, mas espera para os próximos meses aumento do preço dos insumos, por impacto da alta do dólar.

“Percebemos que a maioria dos fatores que puxaram esse índice para baixo é transitória. Os impostos foram adiados, mas serão pagos. O custo de energia, com a retomada da economia, tende a aumentar. O mesmo vale para os custos com pessoal e com capital de giro. Os preços dos insumos subiram bastante, em parte devido à queda temporária da oferta em razão da crise e também à desvalorização do real. Temos um problema que começa a aparecer e que vai ficar patente assim que as medidas emergenciais tiverem seu fim”, avalia o gerente executivo de Economia da CNI, Renato da Fonseca.

O índice de custo com bens intermediários subiu 6,2%, reflexo do impacto do câmbio no aumento do preço dos insumos, nacionais e importados. O custo com bens intermediários importados cresceu 17,1% e o custo com bens intermediários nacionais aumentou 4,1%. Segundo a CNI, esse resultado também é influenciado pela taxa de câmbio, à medida que o dólar mais caro incentiva a exportação dos insumos produzidos no país, com aumento de preços para a demanda interna.

Custos tributários 

Nos componentes do índice, há quedas acentuadas, como a de 21,2% no custo tributário, devido à postergação do prazo de pagamento de impostos, ao recuo de 19,2% no custo do capital de giro, que ocorreu pelas medidas de aumento da liquidez do Banco Central, e de 6,6% no custo com pessoal, pelos acordos de redução de jornada e salário.

Houve queda de 9% no custo com energia, o que se deve à menor demanda por combustíveis devido à menor circulação de pessoas e menor atividade econômica.

Segundo a CNI, os custos caíram mais que os preços das mercadorias produzidas, indicando ganho de lucratividade da indústria brasileira no segundo trimestre. Enquanto os custos caíram 1,5%, os preços das mercadorias produzidas recuaram 0,1%.