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Projeto atua em municípios para promover aprendizagem na idade certa

Apenas 56% das crianças têm alfabetização consolidada no tempo certo
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Tatiana Alves - repórter da Rádio Nacional
27/01/2025 - 20:47
Rio de Janeiro
Estudantes em escola Bilingue. Foto: Geovana Albuquerque/ Agência Brasília
© Geovana Albuquerque/ Agência Brasília

Quase metade das crianças enfrenta dificuldades para adquirir habilidades essenciais de leitura e escrita dentro do prazo esperado. No Brasil, apenas 56% delas conseguem concluir o 2º ano do ensino fundamental com a alfabetização consolidada, segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais.

A alfabetização na idade certa é um passo importante para o desenvolvimento educacional e social das crianças e necessário para a continuidade dos estudos. Contudo, os dados mostram que o país ainda está distante de oferecer condições iguais de aprendizado, o que perpetua desigualdades e limita as oportunidades de milhões de alunos.

Um projeto social busca reverter esse cenário com práticas pedagógicas baseadas em ações voltadas para essa aprendizagem na idade certa. É o Pacto pela Alfabetização, que vem se destacando como alternativa eficaz para enfrentar essa crise educacional. O programa é sem fins lucrativos e trabalha com três pilares principais: a adoção de práticas pedagógicas baseadas em evidências científicas, o acompanhamento contínuo da aprendizagem por meio de indicadores de desempenho e a mobilização da comunidade escolar, incluindo famílias, professores e gestores.

Jaqueline Machado, diretora executiva do Instituto Raiar, organização sem fins lucrativos que apoia a implementação do Pacto nos municípios brasileiros, avalia que a alfabetização deve ser tratada como prioridade.

“Esse problema vem se arrastando há décadas no brasil. A impressão é que ninguém se importa e o cenário está cada vez mais desafiador. Esse eixo de engajamento e mobilização social vai criar um desejo de movimentação nessa comunidade para fazer o que for possível para que essas crianças aprendam a ler”.

Por meio do Programa, escolas que adotaram o modelo passaram a monitorar regularmente o desempenho dos estudantes, identificando dificuldades precocemente e implementando intervenções rápidas e direcionadas.

O projeto já beneficiou mais de 30 mil crianças em oito municípios, em estados como Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Pará e Distrito Federal.