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Economy

Governo brasileiro avalia recorrer à OMC contra tarifas de Trump

Taxa de 25% sobre importações de alumínio e aço valem a partir de hoje
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Daniella Longuinho, da Rádio Nacional
12/03/2025 - 20:17
Brasília
Homem usando máscara de proteção trabalha numa usina siderúrgica. 2/3/2020. China Daily via REUTERS
© REUTERS/China Daily/Proibida reproduçao

O governo brasileiro lamentou a decisão tomada nesta quarta-feira (12) pelo governo norte-americano de elevar para 25% as tarifas sobre importações de aço e alumínio provenientes de todos os países e de cancelar os arranjos vigentes relativos a quotas de importação desses produtos.

Foi o que destacou, em nota conjunta, os ministérios das Relações Exteriores e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Segundo o comunicado, as medidas terão impacto significativo sobre as exportações brasileiras de aço e alumínio para os Estados Unidos. Em 2024, essas transações foram da ordem de R$ 3,2 bilhões.

O governo brasileiro considera "injustificável e equivocada a imposição de barreiras unilaterais que afetam o comércio entre o Brasil e os Estados Unidos, principalmente pelo histórico de cooperação e integração econômica entre os dois países". Por isso, avaliará todas as possibilidades de ação no campo do comércio exterior, inclusive junto à Organização Mundial do Comércio (OMC). 

Reuniões já previstas para as próximas semanas tratarão das compensações sobre os efeitos nocivos das medidas norte-americanas, bem como da defesa dos interesses nacionais, em coordenação com o setor privado. 

A nota destaca ainda que os Estados Unidos mantêm um superávit comercial de longa data com o Brasil. Somente no ano passado, os ganhos estadunidenses foram da ordem de US$ 7 bilhões, somente em bens.

No caso do aço, as indústrias do Brasil e dos Estados Unidos mantêm, há décadas, relações mutuamente benéficas, diz o texto. Para exemplificar, o governo federal lembrou que o Brasil é o terceiro maior importador de carvão siderúrgico dos Estados Unidos e o maior exportador de aço semi-acabado, com 60% do total das importações do insumo essencial para a própria indústria siderúrgica norte-americana.