Alzheimer: cuidadores subestimam discernimento de emoções de pacientes
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Um estudo realizado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) investigou como pacientes com Alzheimer e seus cuidadores percebem questões socioemocionais do cotidiano.
O projeto avaliou 102 pessoas com sintomas leves e 59 casos considerados moderados, além de seus cuidadores. Todos os participantes preencheram um questionário com 30 tópicos, e os cientistas avaliaram a cognição global, percepção da doença, gravidade da demência, funcionalidade, sintomas neuropsiquiátricos e carga do cuidador. O questionário media cinco dimensões da cognição socioemocional: empatia, reconhecimento de emoções, conformidade social, comportamento antissocial e sociabilidade.
Entre as principais conclusões do estudo, foi identificado que as diferenças na autopercepção entre os grupos leve e moderado foram mínimas, como explica a pesquisadora Márcia Cristina Nascimento Dourado, da UFRJ.
“Embora o grupo moderado apresente um maior comprometimento, em termos do reconhecimento emocional, leves e moderados reconheciam de uma maneira muito semelhante. Eles apenas diferiram no reconhecimento de raiva”.
Já os cuidadores apresentaram diferenças significativas, como também explica a pesquisadora.
“Para esses cuidadores, as pessoas com doenças de Alzheimer elas eram menos capazes de reconhecer as próprias emoções, principalmente em emoções como medo, nojo, tristeza, e na capacidade de sociabilidade”.
A especialista ressalta que os dados do estudo mostram a necessidade de levar em consideração o ponto de vista da pessoa com doença de Alzheimer e não desqualificar sua capacidade. Além disso, revelam a necessidade de atenção a aspectos do cuidador.
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Foto: Ricardo Stuckert / PR"
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