Calor intenso: como afeta a sua saúde e o que fazer para reduzir danos

O Brasil vive a terceira onda de calor de 2025, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o que representa um perigo significativo para a saúde. A poluição combinada com o calor intenso agrava condições preexistentes, como alergias de pele e principalmente alergias respiratórias, como explica a doutora Simone Valadão, médica especialista em alergia e imunologia.
“Toda a população vai sentir danos em seu sistema respiratório em maior ou menor grau com a poluição e mudanças climáticas. Mas existe uma parcela da população que sente mais, com crianças, idosos, portadores de doenças respiratórias crônicas, portadores de doenças cardiológicas crônicas. Esses são mais sensíveis às agressões do meio ambiente. As mudanças climáticas podem ocasionar inflamação de todo o sistema respiratório, tanto via aérea superior quanto via aérea inferior, e até hiperreatividade brônquica. Estudos demonstram que isso pode gerar piora dos casos de rinite e asma e o aumento da morbidade”.
Cérebro, intestino, fígado, pulmões e pâncreas são órgãos particularmente suscetíveis aos impactos negativos do calor extremo. O aumento da temperatura pode levar a estresse, insuficiência cardíaca e lesão renal aguda por desidratação. A queda da pressão arterial também é um problema recorrente, como esclarece o médico e neurocirurgião Júlio Pereira.
“Essa temperatura elevada faz com que nossos vasos, eles vasodilatem. A pessoa que é jovem tem uma certa reserva fisiológica que acaba não dando tanto sintoma. É como se o corpo se adaptasse mais fácil. No caso da população idosa e da população pediátrica, não. Então é bem comum eles terem sintomas nesse período, e são muito relacionados à hipotensão. Então muitas vezes ele sente a pressão mais baixa, às vezes chega até desmaiar. Tudo relacionado a esse efeito que o calor faz no seu corpo. Então é muito importante, nesses próximos dias de onda de calor, fazer hidratação. Alimentos gelados também ajudam. E junto com isso, se teve algum mal-estar, ficou em pé muito tempo, evita ficar muito tempo, senta ou até deita para a pressão regularizar. E toda vez que for levantar, tenta levantar mais devagar para não ter esse sintoma de hipotensão, em especial a população idosa”.
Para se proteger das altas temperaturas, procure beber mais água, mesmo antes de sentir sede. A população pode ainda seguir alguns cuidados básicos, como usar roupas leves com cores claras, usar protetor solar e chapéu se for sair de casa. E, se possível, diminuir o tempo de atividade física em ambientes expostos diretamente ao sol.
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
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