Mundo: 1 em cada 4 governos relata retrocesso em direitos das mulheres

Um em cada quatro governos relata retrocessos em direitos das mulheres em 2024. É o que aponta o relatório Os Direitos das Mulheres em Revisão 30 Anos Após Pequim.
O estudo, publicado nessa quinta-feira pela ONU, no contexto do Dia Internacional das Mulheres, indica também que houve aumento de 50% na última década na quantidade de mulheres vivendo perto de conflitos armados.
A declaração de Pequim é considerada a agenda mais abrangente e visionária de igualdade de gênero já aprovada em âmbito internacional.
O levantamento, que se baseia em informações fornecidas por 159 governos ao secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, indica ainda que, em relação à violência, uma mulher ou menina é morta a cada 10 minutos por um parceiro ou membro de sua própria família.
Além disso, apenas 87 países já foram liderados por uma mulher. E no ambiente digital, a inteligência artificial continua espalhando estereótipos prejudiciais ao público feminino.
Fabíola Ariadne, advogada voltada para os diretos das mulheres, explica que estes resultados refletem a ineficiência de políticas públicas voltadas para esse público:
“A gente tem aquela vontade, alguns países tem essa vontade, mas não estão conseguindo obter sucesso. Muito por falta de vontade mesmo dos gestores, ou por não ter recursos, fiscalização adequadas. E também não podemos deixar de levantar a resistência cultural e social”.
A advogada também destaca alguns dos principais desafios enfrentados pelas mulheres no Brasil:
“Diretos em relação ao seu corpo, às violências mesmo de gênero, seja ela patrimonial, física, sexual. Então isso é um direito muito violado. Os direitos reprodutivos também. Desigualdade no mercado de trabalho”.
Mas o estudo aponta avanços. O documento ressalta, por exemplo, que a paridade foi alcançada na educação e a mortalidade materna caiu em um terço. A representação das mulheres nos Parlamentos é outro destaque: mais que dobrou e os países continuam a remover leis discriminatórias.
O relatório da ONU também traz algumas recomendações, entre elas, igualdade de acesso à tecnologia, fim da pobreza e violência e cotas de gênero.





