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Indenização a agricultor vai reduzir conflitos com indígenas, diz Kátia Abreu

Flávia Villela - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 10/09/2015 - 16:41
Brasília

A proposta de emenda à Constituição (PEC) 71, que fixa indenização para proprietários de terras demarcadas como reservas indígenas a partir de 5 de outubro de 2013, vai reduzir conflitos armados entre agricultores e indígenas, segundo a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu.

A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu visita o Colégio Estadual Tim Lopes, no Complexo do Alemão, para lançamento de projeto piloto de produção de horta urbana (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Para Kátia Abreu, a proposta não prejudicará o avanço das demarcaçõesTânia Rêgo/Agência Brasil

Em evento no Rio de Janeiro hoje (10), a ministra elogiou a aprovação da PEC pelo Senado. “Quem sai prejudicado, sai sem nada, pois na terra indígena é proibido indenizar, mesmo que a pessoa tenha direito. Isso faz com que a pessoa se revolte e, às vezes, chega às vias da loucura. Com a possibilidade de indenizar pela terra, teremos uma pacificação e evitaremos a violência.”

De acordo com a ministra, se aprovada, a proposta não prejudicará o avanço das demarcações, pois a indenização vale para alguns casos específicos. “É para casos de conflitos em que o produtor queira ceder a terra e seja pago por isso.”

Kátia Abreu cobrou mais empenho do Ministério da Justiça na mediação do diálogo entre indígenas e produtores rurais, de modo a resolver os conflitos sobre demarcação de terras indígenas em Mato Grosso do Sul. 

"O Ministério da Justiça não pode se omitir. Precisa ter uma presença mais forte, mais firme e decisória. A postergação só traz violência e dissabores para todo mundo", afirmou. "Temos terra demais no Brasil para se atracar por causa de terra. Existe uma lei e o Ministério da Justiça tem de fazer cumprir a lei."

Nesta semana, o ministro Eduardo Cardozo anunciou nova roda de negociações.

O conflito entre produtores rurais e grupos indígenas voltou a chamar a atenção com a morte do índio guarani-kaiowá Simeão Vilhalva, de 24 anos, no município de Antônio João (MS), em 29 de agosto. A violência na região eclodiu quando produtores rurais tentaram retomar áreas ocupadas por indígenas.