Governo do Rio quita 70% da folha de maio; sindicato critica pagamento parcelado
O governo do estado do Rio de Janeiro pagará hoje (14) 70% da folha salarial dos servidores públicos. O governo informou que, devido ao agravamento da crise financeira, terá de parcelar os vencimentos dos servidores ativos, inativos e pensionistas referentes ao mês de maio. Os servidores ativos da Secretaria de Educação receberão integralmente também nesta terça-feira.
Para a secretária do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde, Trabalho e Previdência Social do Estado do Rio de Janeiro (Sindsprev-RJ), Christiane Gerardo, a crise sobre a qual o governo se refere é “seletiva e inexistente”.
“A crise alardeada pelo governador em exercício Francisco Dornelles, assim como já era na época de Luiz Fernando Pezão, é algo completamente seletivo. A gente ouve a todo instante eles lamentando a falta de dinheiro. Porém, não falta verba para reformas suntuosas no Palácio Guanabara [sede do governo do estado] e para isenções fiscais concedidas às empreiteiras. Ele [Dornelles] quer nos enrolar com medidas como essa de hoje, achando que isso significa algo. Está muito errado”, afirmou Christiane.
A secretária classificou como vexatório e humilhante o pagamento parcelado dos salários. “É uma vergonha. É um deboche com a cara dos servidores o pagamento de um salário, que já é extremamente defasado, sendo feito apenas no meio do mês e parcelado. E sequer mencionam quando poderão pagar o restante que nos devem. Esse é o fruto da gestão criminosa que o PMDB fluminense exerce no estado”.
Greve unificada
Christiane Gerardo garantiu que a greve dos servidores continua e afirmou que, pelo atual cenário, o caminho a ser tomado é uma greve unificada de todos os servidores estaduais. “É o que o Dornelles pede quando toma medidas como essa, quando não nos escuta e nos dá respostas evasivas em reuniões com nossos diretores. Não tenham dúvida de que a greve só se fortalece e caminha para uma paralisação geral, unificada de todo o sistema”, disse.
O governo estadual esclareceu que todos os servidores ativos, inativos e pensionistas receberão R$ 1 mil mais 50% da diferença entre o valor líquido do vencimento e a parcela de R$ 1 mil, isto é, um servidor com vencimento líquido de R$ 4 mil receberá R$ 1 mil + R$ 1,5 mil, ou seja, valor referente a 50% da diferença (R$ 3mil) entre o valor líquido do vencimento e a parcela de R$ 1 mil. Com isso, o Estado desembolsará R$ 1,1 bilhão, o correspondente a 70% da folha de pagamento de maio (R$ 1,568 bilhão).
Os servidores ativos da educação serão pagos com recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), que somente podem ser destinados aos servidores da ativa. O governo informou que está concentrando esforços para quitar a parcela restante ainda no fim de junho. A data, segundo o informe, será anunciada na próxima semana.