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Cheerleading estreia nos JUBs com evolução da modalidade no Brasil

Marcelo Brandão - Repórter da Agência Brasil *
Publicado em 26/10/2019 - 10:22
Salvador

Tumbling, flick, basket, stunt e flyer. Todas essas palavras em inglês são jargões do cheerleading, modalidade que fez sua estreia nesta edição dos Jogos Universitários Brasileiros (JUBs) e vem se tornando cada vez mais popular no ambiente universitário. É  um esporte que exige flexibilidade e força mas, ao mesmo tempo, é agregador e inclusivo.

“A primeira coisa é afastar a ideia de que tem que ser bonitinho, magrinho. Todo mundo pode ser cheerleader desde que se dedique”, disse Guilherme Esposito, 21, atleta da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

Veja uma apresentação da equipe da Universidade de Brasília (UNB) nos JUBs:

Após se apresentar nos JUBs, ainda no ginásio, ele contou que não praticava nenhum esporte, mas se apaixonou pela modalidade quando a conheceu. “Foi amor à primeira vista. Eu me encontrei no cheerleading”, disse Guilherme.

A técnica de cheerleading da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Clarissa Maia, acredita que a modalidade pode ser usada de maneira inclusiva.

Por isso, o time da UFBA não faz seletivas. Quem se interessar pode fazer parte do time e aprender nos treinos. “A nossa missão maior dentro da faculdade é promover a saúde mental e física com o esporte. Independente dos resultados de competição, a gente quer que o pessoal esteja motivado a treinar. A gente inclui todo mundo”, explicou.

Uma das funções mais características do cheerleading é o flyer. É aquela pessoa, geralmente de baixa estatura e com bastante flexibilidade, que é levantada pelos colegas e jogada para o alto. Giovana Barbosa, 21, é flyer do time de cheerleading da Universidade Federal de Goiás (UFG).

“A nossa técnica foi na Nova Zelândia e conheceu o cheerleading por lá. Então, ela trouxe para a nossa faculdade”, contou Giovana.

“Eu fiz ginástica rítmica durante três anos. A maioria das pessoas que estão no nosso time já fez outro esporte, mas nem todas. Não é necessário, mas às vezes dá uma facilitada quando você tem um repertório motor bom de outra modalidade”, afirmou.

Para ela, um dos maiores desafios é manter a expressão facial sempre firme. Uma cheerleader não pode demonstrar esforço ou dificuldade em algum movimento. “Por mais que esteja dando errado, que esteja muito difícil, tem que parecer que está fácil. Isso é um pouco difícil de se adaptar. Não é só chegar lá e fazer a acrobacia. Envolve expressão e performance”.

O cheerleading já existe no calendário da federação internacional de desporto universitário e a Confederação Brasileira de Desporto Universitário (CBDU) decidiu agir para torná-lo mais popular no Brasil, divulgando e difundindo-o.

“É uma modalidade que tem suas ações culturais, que também faz parte do espetáculo que a gente busca para a CBDU. Que tenha mais modalidades e mais pessoas envolvidas no contexto universitário”, destacou Juca Battiste, coordenador-geral de eventos da CBDU.

Quebra de preconceito

Um dos obstáculos que o cheerleading está superando para ser mais popular é a quebra do estereótipo trazido pelos filmes norte-americanos. Muitos desses filmes retratam as cheerleaders como um grupo de garotas superficiais da universidade.

“É uma coisa que a gente ainda vê muito, o desconhecimento das pessoas. [Acham] que é líder de torcida que balança pompom. Essas coisas a gente sempre ouve. Mas temos quebrado isso”, disse Clarissa Batista, 22, cheerleader da UFBA.

“A gente achava que era só aquela coisa que a gente vê na TV, num campo de futebol americano, dançando e pronto. A gente viu que cheerleading não é isso e todos nos apaixonamos pela prática”, relatou Giovana.

O time da UFG, do qual ela faz parte, foi campeão brasileiro da categoria universitária no ano passado. “Eu garanto que, a partir do momento que você começa a conhecer o que realmente é o cheerleading, você se apaixona”,  finalizou.

*O repórter viajou a convite da Confederação Brasileira do Desporto Universitário