logo Agência Brasil
Geral

UFRJ ressalta papel dos jovens na inovação e propriedade intelectual

Evento destaca participação de pesquisadoras no processo acadêmico
Alana Gandra – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 27/04/2022 - 17:40
Rio de Janeiro
Alunos das equipes Icarus e Minerva Baja com seus protótipos durante o IP Day UFRJ, evento realizado em comemoração ao Dia Internacional da Propriedade Intelectual, no Parque Tecnológico da universidade
© Tomaz Silva/Agência Brasil

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) realizou hoje (27) o evento IP DAY UFRJ, com foco na propriedade intelectual e nos jovens que criam inovações visando a um futuro melhor. Gratuito, o evento foi na Inovateca, espaço dedicado ao empreendedorismo e à inovação, inaugurado em novembro do ano passado dentro da universidade, e comemorou o Dia Mundial da Propriedade Intelectual, transcorrido ontem (26).

Participaram da organização a Agência UFRJ de Inovação, o Parque Tecnológico da UFRJ e o Sistema Inova UFRJ, em parceria com a Organização Mundial da Propriedade Intelectual (WIPO, do nome em inglês) e o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).

Segundo o diretor do Parque Tecnológico da UFRJ, Vicente Ferreira, o respeito à propriedade intelectual embute duas questões importantes: a primeira é que a propriedade intelectual incentiva o investimento em pesquisa e desenvolvimento, por “garantir que quem corre o risco de empreender uma coisa que é, por natureza arriscada, caso tenha sucesso, será adequadamente remunerado”.

O outro ponto importante, sobretudo em em um país como o Brasil, é que o respeito à propriedade intelectual permite, mesmo a pessoas sem capital, ter acesso a esse excedente de renda da inovação. Vicente Ferreira destacou o aspecto social e citou a possibilidade de um jovem universitário que, mesmo sem acesso a grandes capitais, consiga criar algo que gere valor para sociedade, com o respeito à propriedade intelectual, "será remunerado por sua invenção”.

Gênero

Ferreira disse que, nas diversas áreas de atuação no setor acadêmico, existe uma barreira natural às questões identitárias de gênero e raça. Ele destacou que,na UFRJ, porém, em termos de gênero, existe uma posição privilegiada.“A gente está razoavelmente acima da média em relação ao que existe nos outros países ibero-americanos”. Segundo Ferreira, no processo acadêmico, de modo geral, os trabalhos são revistos, mas sem  que se saiba quem é o autor, e isso tira o aspecto de discriminação. “Quando a gente olha para o meio acadêmico, embora exista um problema de base na questão do acesso ao gênero feminino nos postos da academia, minha percepção, enquanto professor, é que as pesquisadoras acabam sendo mais produtivas do que os pesquisadores, porque não existe esse viés no processo de revisão”, afirmou.

Durante o evento IP DAY UFRJ, foram apresentados casos de inovação de duas pesquisadoras jovens das áreas de farmácia e de polímeros, que relataram ser o trabalho longo e árduo porque, para entender o que é novo, é necessário conhecer tudo que existia até então naquelas áreas. Ao mesmo tempo, é um processo também gratificante. “Elas perceberam que o ambiente favorável à ascensão feminina é determinante para o sucesso do que se busca, que é a igualdade de gênero”, disse Ferreira.

A UFRJ é considerada a melhor universidade federal do Brasil pelo QS Latin America, realizado pela consultoria britânica Quacquarelli Symonds em 2021, e uma das 250 melhores instituições de ensino do mundo e segunda melhor da América Latina, pelo Conselho Superior de Investigações Científicas da Espanha.

Inovateca

Fachada do Inovateca, no Parque Industrial da UFRJ
Espaço Inovateca, aberto em novembro no Parque Industrial da UFRJ, tem formato de cubo mágico - Tomaz Silva/Agência Brasil

O novo espaço Inovateca, que tem formato de cubo mágico, objetiva contribuir para o desenvolvimento científico e econômico da sociedade. Trata-se de um ponto de encontro para compartilhar conteúdo, conexões e experimentação com atividades para o desenvolvimento e apoio de projetos que inspirem iniciativas inovadoras e empreendedoras nos mais diferentes níveis de maturidade. Um lugar onde o meio acadêmico e instituições do setor privado se encontram através das mais diversas atividades e interações.

Com salas de reunião, arena, auditório e salões de convivência, o espaço reúne alunos, empresas e pessoas interessadas em inovação. Com operação híbrida, a Inovateca funciona física e virtualmente, através de plataforma online. As atividades podem ser realizadas nos dois modelos, o que permite a participação de todos, mesmo a distância.

Situado dentro do Parque Tecnológico, o prédio constitui um dos elementos dentro do sistema de inovação da UFRJ. “A Inovateca tem um gene digital, onde as pessoas também podem interagir”, destacou Vicente Ferreira. Com a retomada das atividades presenciais, será possível haver entrosamento cruzado entre os vários segmentos da universidade. “A boa inovação geralmente nasce de uma diversidade de saber. A Inovateca vem fazendo esse papel.”

O diretor do Parque Tecnológico da UFRJ salientou que o novo espaço congrega todos os segmentos do conhecimento, com o objetivo de inovar e empreender. “!A gente brinca que o aluno da bioquímica que descobriu a molécula, na Inovateca, vai se encontrar com o aluno da engenharia, que vai ajudá-lo a montar o processo de fabricação; com o aluno de administração, que vai ajudá-lo a montar o plano de negócios; com o aluno de contabilidade ou de direito, que vai ajudá-lo na questão fiscal ou de contratualização. Ou seja, a gente consegue congregar, dentro de toda a diversidade que a universidade oferece, essa junção de pessoas que estão interessadas em empreendedorismo e inovação”, acrescentou.

O nome Inovateca foi escolhido após votação aberta para o público nas mídias sociais do Parque Tecnológico, e contém as palavras inovação, biblioteca e brinquedoteca, que sintetizam o objetivo do espaço: ser um ambiente de troca de saberes, propagação do conhecimento, incentivo à criatividade e exploração de novas ideias.