Barack Obama cobra mais transparência e responsabilidade da Fifa
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, aumentou hoje (8) a lista de autoridades mundiais que recomendam à Federação Internacional de Futebol (Fifa) mais transparência e responsabilidade na condução do esporte. Na Alemanha, onde participa da reunião de líderes do G7 (grupo dos sete países mais industrializados do mundo), Obama defendeu a importância da vigilância do Poder Público sobre o futebol.
“Devemos avaliar que, além de um jogo, o futebol é um enorme negócio, uma fonte de orgulho nacional. As pessoas querem ter certeza de que ele é disputado com integridade.”
Obama reforçou a importância da investigação da Justiça de Nova York, com o apoio do FBI, a Polícia Federal dos Estados Unidos, e do governo da Suíça, que acusam dirigentes esportivos e empresários de cobrar propina nos contratos de marketing, direito de transmissão de jogos organizados pela Fifa e, supostamente, na escolha de países-sede da Copa do Mundo.
Segundo Obama, com a melhora do desempenho da seleção norte-americana, o futebol vem ganhando cada vez mais popularidade nos Estados Unidos. “Por isso, queremos que o esporte seja administrado da forma correta”, declarou Obama.
O presidente norte-americano não mostrou qualquer preocupação com as críticas do presidente da Rússia, Vladimir Putin, que, há duas semanas, acusou os Estados Unidos de tentarem “impor sua jurisdição a outros países”, afastar do cargo o atual presidente da Fifa, o suíço Joseph Blatter, e interferir no funcionamento de organizações internacionais.
Com a repercussão mundial das denúncias, Blatter renunciou ao cago apenas cinco dias após ser eleito para o quinto mandato. Blatter deve permanecer à frente da Fifa apenas até que uma nova eleição ocorraa.
“Digo apenas que, em conversas que tive na Europa, as pessoas pensam que é muito importante para a Fifa ser capaz de trabalhar com integridade, transparência e responsabilidade financeira”, completou Obama.
No último dia 27, a polícia suíça prendeu, em Zurique, sete dirigentes esportivos, entre eles o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin. No mesmo dia, um oitavo investigado, o ex-vice-presidente da Fifa Jack Warner, entregou-se às autoridades de Trinidad e Tobago, na América Central. Ele foi liberado após pagar fiança de US$ 400 mil.
Nove dirigentes da Fifa e cinco empresários esportivos de várias nacionalidades – entre eles os sete presos - foram denunciados à Justiça dos Estados Unidos. As autoridades norte-americanas também investigam indícios de fraude na escolha dos países-sede das duas próximas copas do Mundo (Rússia, 2018, e Catar, 2022).
De acordo com a Promotoria de Justiça de Nova York e o FBI, o esquema pode ter movimentado mais de US$ 150 milhões em duas décadas.