Em comunicado, líderes do Brics condenam testes nucleares da Coreia do Norte
Em comunicado da 9ª cúpula de chefes de Estado e de Governo do Brics (grupo formado pelo Brasil, a Rússia, Índia, China e África do Sul) na cidade chinesa de Xiamen, os líderes do bloco condenaram hoje (4) fortemente os testes nucleares norte-coreanos. Nesse domingo (3), a Coreia do Norte anunciou ter feito um teste bem-sucedido com uma bomba de hidrogênio.
“Expressamos nossa profunda preocupação com a atual tensão e com a prolongada questão nuclear na Península Coreana e enfatizamos que a situação deve ser apenas solucionada por intermédio de meios pacíficos e diálogo direto entre todas as partes envolvidas”, diz a Declaração de Xiamen.
Mais cedo, durante a abertura da cúpula, o presidente Michel Temer manifestou preocupação com os recentes testes nucleares norte-coreanos. “Os episódios dos últimos dias dão concretude a temores que parecem ter ficado nos livros de história. Hoje, [é importante] encontrar saída diplomática para a situação tão grave. Em perspectiva mais abrangente e de mais longo prazo, o desarmamento nuclear é a garantia mais eficaz contra a proliferação. O Brasil esteve na origem do Tratado sobre a Proibição das Armas Nucleares, adotado em julho. Assinaremos o instrumento ainda este mês, em Nova York. Trata-se de mais uma conquista real do multilateralismo”, afirmou.
O chanceler brasileiro, Aloysio Nunes, que também está em Xiamen, disse que o Brasil apoia apenas as sanções decididas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas. Ele respondeu assim a uma pergunta sobre a declaração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que seu país está considerando suspender "todo o comércio" com qualquer nação que fizer negócios com a Coreia do Norte,
"Nosso fluxo comercial com a Coreia do Norte é muito pequeno. E eu repito: sanções comerciais, como sanções de qualquer natureza, nós só apoiamos e aceitamos aquelas que são decididas no Conselho de Segurança. Eu acho que o que é importante para resolver esse ponto de tensão é o que se afirma no comunicado de hoje: é o diálogo direto entre as partes. Qualquer outro tipo de atitude agressiva, de um lado ou de outro, só pode prejudicar a situação ainda mais", disse Nunes.
No documento, os presidentes também condenaram os ataques terroristas em todas as suas formas e pediram que todas as nações adotem medidas de combate ao terrorismo, incluindo a prevenção ao recrutamento de pessoas e o bloqueio de fontes de financiamento como as oriundas de crime organizado e lavagem de dinheiro.
*A repórter viajou a convite do Centro de Imprensa China-América Latina e Caribe
Matéria alterada às 11h06 de hoje (4) para atualização de informações