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Internacional

Presidente do Peru assegura que Congresso não tem votos para destituí-lo

Da Agência EFE *
Publicado em 21/12/2017 - 13:43
Lima
O presidente eleito do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, pede a união dos peruanos em discurso durante a cerimônia que proclamou oficialmente o resultados das eleições do dia 5 de junho
© Ernesto Arias/EFE/Agência Lusa

O presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, declarou nesta quinta-feira (21) que está otimista porque o Congresso peruano "não tem os 87 votos" necessários para destituí-lo por "incapacidade moral permanente" por conta dos seus vínculos com a Odebrecht. A informação é da EFE *.

Em declarações feitas em Lima à emissora colombiana Blu Radio, o presidente peruano afirmou que contestou todas as críticas no curso de várias reuniões e apresentações sobre o contrato assinado pela sua empresa Westfield Capital com a construtora brasileira.

Kuczynski garantiu no domingo passado que não mentiu nem tentou ocultar as consultorias que a Westfield Capital fez para a Odebrecht e pelas quais a construtora pagou mais de US$ 782 mil entre 2004 e 2007, quando ele era ministro no governo do ex-presidente Alejandro Toledo.

"Acredito que estas críticas são completamente injustificadas, no sentido de que uma vacância presidencial (destituição) não se faz com base em informação de 12 ou 15 anos atrás. O que se está buscando é um pretexto para me destituir e concretizar um golpe de Estado", disse Kuczynski, minutos antes de comparecer ao Congresso, onde fará sua defesa perante o pedido de destituição.

"O Congresso não vai me destituir. Não têm os 87 votos" requeridos para aprovar essa moção, insistiu Kuczynski. Ele reiterou que não recebeu dinheiro da Odebrecht: "Quando fui ministro, me afastei da empresa e a pessoa que ficou encarregada prestou assessorias a entes privados nas quais o Estado não teve nada a ver".

"Eu era dono da empresa e anos depois recebi vários dividendos, mas não é dinheiro da Odebrecht, é dinheiro formal e declarado por um serviço, não por uma propina", completou o presidente, que apresentará hoje sua defesa perante o plenário do Congresso, que posteriormente debaterá e votará a moção de destituição.

Se Kuczynski for destituído e os vice-presidentes Martín Vizcarra e Mercedes Aráoz não aceitarem assumir a presidência, o titular do Congresso, o fujimorista Luis Galarreta, terá que convocar novas eleições gerais no prazo de um ano.

Vices renunciarão

O presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, sinalizou ontem que seus dois vice-presidentes irão renunciar se o Congresso aprovar sua destituição da Presidência, e chamou a tentativa da oposição de retirá-lo do cargo de um "golpe" que precisa ser enfrentado.

"Essa é uma convicção que meus dois vice-presidentes compartilham, porque nenhum deles quer fazer parte de um governo nascido de uma manobra injusta e antidemocrática", disse Kuczynski.

* Com informações da Agência Reuters

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