Mais de 80 mil pessoas fugiram de Ghouta Oriental em menos de um mês, diz ONU
Desde o dia 9 de março, mais de 80 mil pessoas fugiram de Ghouta Oriental, o principal reduto dos opositores ao regime nos arredores de Damasco, capital da Síria, em direção a outras áreas, seja controladas por rebeldes ou em poder das autoridades do país, informou o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha, na sigla em ingês) nesta terça-feira (37). A informação é da EFE.
A Ocha destacou num relatório que, após anos de assédio armado e depois do aumento da violência nos dois últimos meses, o progresso do governo sírio em Ghouta Oriental provocou o deslocamento de milhares de pessoas para outras regiões. A maioria saiu através de corredores estabelecidos pelas autoridades e cerca 13 mil pessoas, quase todos combatentes e seus parentes, foram levadas a Idlib no noroeste do país, em virtude de "acordos locais", segundo o documento.
Dos que saíram pelos corredores para pontos nos arredores de Damasco sob o controle do governo, muitos estão em oito refúgios coletivos. Os deslocados que estão nesses locais não podem sair até que passem por um processo de investigação e demonstrem que têm alguém para apoiá-los. O Ocha ressaltou que, até o momento, cerca de 30 mil pessoas já conseguiram a permissão oficial para sair desses lugares e foram morar com familiares em outras partes.
Quanto à situação dos enviados a Idlib, o escritório da ONU manifestou preocupação com as condições em que se encontram, já que elas estão sendo amparadas em abrigos superlotados. O Ocha afirmou que, antes da chegada desse público, quase 1 milhão de outros deslocados internos já residia em Idlib. Quase toda essa província está em poder da Frente da Libertação do Levante (antiga filial da Al Qaeda na Síria), e de outras facções.
O Ocha destacou que desconhece o número exato de gente que continua em Ghouta Oriental. Mas acredita-se que até 25 mil pessoas possam estar nas áreas que agora estão em poder das forças governamentais.
Atualmente, a única região sitiada é Douma, onde calcula-se que estejam quase 78 mil pessoas, após os acordos fechados entre as partes em conflito em Harasta, Ein Tarma, Kafr Batna e Haza. A agência da ONU apontou que a continuação da violência em Douma segue gerando muitas mortes de civis e uma grave situação humanitária, já que os moradores se refugiam em porões e ficam com acesso limitado a produtos básicos e serviços.
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