Macron aumenta salário mínimo e corta impostos para acalmar protestos
O presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou hoje (10) que aumentará em 100 euros o valor do salário mínimo e que cortará impostos aos aposentados e aos trabalhadores, em um discurso no qual tentou responder às reivindicações do movimento dos "coletes amarelos".
Macron reconheceu que suas palavras "feriram alguns" no passado e considerou justificado o descontentamento que provocou os protestos, razão pela qual disse que decretou um "estado de emergência econômica e social" para enfrentar a situação.
Em um discurso televisado de 13 minutos de duração, admitiu que o país enfrenta "um momento histórico" e pediu às grandes empresas que participem do esforço necessário para mudar o panorama.
Macron indicou que esse aumento do salário mínimo (que atualmente é de 1.498 euros bruto) entrará em vigor em 2019 "sem que custe nada ao empregador" e acrescentou que as horas-extras estarão isentas de impostos também a partir do ano que vem.
O presidente francês também solicitou aos empresários "que possam" que repassem aos seus funcionários uma premiação de fim de ano que também ficará exonerada.
Além disso, ressaltou que os aposentados que ganhem menos de 2.000 euros mensais verão cancelada a alta da Contribuição Social Generalizada (CSG), um imposto proporcional sobre as receitas profissionais ou de capital financiadas pela Seguridade Social.
Por outro lado, não aceitou reinstaurar o imposto sobre a fortuna (ISF), que era pago por aqueles com um patrimônio líquido tributável superior a 1,3 milhão de euros e que foi substituído por um imposto sobre a fortuna imobiliária (IFI).
"Queremos uma França onde uma pessoa possa viver dignamente do seu trabalho. Peço ao governo e ao parlamento que façam o necessário", concluiu Macron sobre o conjunto de medidas previstas, que foram acompanhadas de uma condenação aos atos de violência ocorridos nos protestos.