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Internacional

Líder da oposição venezuelana está na embaixada do Chile em Caracas

Alex Rodrigues – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 30/04/2019 - 17:47
Brasília
O líder oposicionista venezuelano Leopoldo López abraça um apoiador  durante manifestação contra o governo do presidente Nicolás Maduro,  perto da Base Aérea La Carlota, em Caracas.
© Reuters/Carlos Garcia Rawlins/Direitos Reservados

Poucas horas após deixar sua casa, onde cumpria prisão domiciliar desde fevereiro de 2014, para se juntar às manifestações contra o governo do presidente venezuelano Nicolás Maduro, o líder oposicionista venezuelano Leopoldo López se abrigou na embaixada do Chile, em Caracas.

Segundo o ministro das Relações Exteriores do Chile, Roberto Ampuero, López, sua esposa, Lilian Tintori, e a filha do casal estão na embaixada chilena na condição de “hóspedes”. Em mensagem postada no Twitter, Ampuero não diz se López pediu asilo ou refúgio, mas reafirma o que classifica como o compromisso do Chile com “os democratas venezuelanos”.

A informação de que López buscou abrigo na embaixada tinha sido divulgada poucos instantes antes, pelo embaixador da Venezuela na ONU, Samuel Moncada. Em pronunciamento a jornalistas, Moncada revelou que o líder oposicionista venezuelano se encontrava na embaixada chilena, o que, segundo ele, é um indício do fracasso da tentativa da oposição de tomar o poder do presidente Nicolás Maduro. A embaixada fica a menos de dez quilômetros de distância do Palácio de Miraflores, sede do governo venezuelano.

Mais cedo, milhares de venezuelanos contrários e favoráveis a Maduro tomaram as ruas da capital, Caracas, e de outras cidades venezuelanas. De um lado, eles responderam às convocações do presidente eleito Nicolás Maduro. De outro, o chamado do presidente da Assembleia Nacional, o deputado venezuelano e autodeclarado presidente interino Juan Guaidó, que travam, nas redes sociais, uma disputa de narrativas.

Um militar lança uma bomba de gás lacrimogêneo perto da Base Aérea
Um militar lança uma bomba de gás lacrimogêneo perto da Base Aérea La Carlota, em Caracas, Venezuela - Reuters/Carlos Garcia Rawlins/Direitos Reservados

Enquanto Guaidó afirmou ter obtido o apoio de oficiais das Forças Armadas para tirar Maduro do poder e conclamou a população a sair às ruas para se manifestar contra o governo e livrar o país do que classifica como “a usurpação” do poder pelo grupo do líder chavista, Maduro e seus principais ministros garantem que a maioria dos oficiais das Forças Armadas continua fiel ao governo, “protegendo a Constituição” do que classificam como uma tentativa de golpe de Estado.

Em seu pronunciamento, Guaidó estava ao lado de Leopoldo López, a quem o autodeclarado presidente concedeu “indulto presidencial”. Acusado pelas autoridades venezuelanas de "incitamento à desordem pública, associação criminosa, atentados à propriedade e incêndio", na sequência das manifestações contrárias à política do presidente Nicolás Maduro, em 2014, López foi condenado a 13 anos e nove meses de prisão domiciliar em setembro de 2015.

Ainda durante seu pronunciamento aos jornalistas, o embaixador venezuelano na ONU, Samuel Moncada, garantiu que a ação deflagrada por Guaidó por volta das 6h de hoje está sendo debelada. Para Moncada, apesar do potencial conflitivo da situação, os protestos não alcançaram outro efeito além de deixar pessoas feridas. O embaixador disse que não há, até o momento, registro de mortes.

“Tivemos sorte de [a situação] ter terminado com o mínimo de danos. Tenho orgulho desta situação ter terminado sem a perda de nenhuma vida”, declarou Moncada, garantindo que, em Caracas, a situação já estaria voltando a normalidade – enquanto imagens divulgadas pelas redes sociais e por emissoras de TV seguem mostrando a população nas ruas da capital.