Presidente da Guatemala toma posse após meses de incerteza
![SECOM//VPR Guatemala, 14.01.2024 - Vice-Presidente da República, Geraldo Alckmin, participa da cerimônia de posse do novo presidente da Guatemala, Bernardo Arévalo. Foto : SECOM//VPR](/sites/default/files/thumbnails/image/loading_v2.gif)
![Lusa](https://agenciabrasil.ebc.com.br/sites/default/files/styles/269x0/public/logo_parceiros/logo_lusa.jpg?itok=FaJ4MVyQ)
O novo presidente da Guatemala, Bernardo Arévalo, tomou posse hoje (15), após meses de incerteza e com quase dez horas de atraso, devido a tentativas de suspensão do partido que apoia, por suspeita de irregularidades.
O chefe de Estado do país centro-americano, de 65 anos, acabou por tomar posse pouco depois da meia-noite (hora local), sob aplausos do público, no Teatro Nacional da Guatemala, sucedendo o conservador Alejandro Giammattei, que não esteve presente. O vice-presidente brasileiro, Geraldo Alckmin, representou o país na cerimônia.
A posse de Arévalo, eleito em agosto, deveria ter começado às 15h desse domingo, mas a essa hora ainda havia um debate para decidir se os deputados do Movimento Semilla, partido com o qual o novo presidente venceu as eleições, deviam ser inscritos como independentes.
O Congresso acabou por revogar a suspensão do partido, com 93 dos 160 deputados votando a favor e permitindo aos 23 parlamentares do Semilla também tomar posse.
O atraso, que se seguiu a meses de incerteza, levou centenas de apoiadores de Arévalo, reunidos na Plaza de la Constitución, na Cidade da Guatemala, a furarem o cordão policial, concentrando-se em torno do edifício do Congresso em protesto.
A situação tinha criado receios de um possível "golpe de Estado", como o próprio presidente eleito denunciava, acusando a procuradora-geral da Guatemala, Consuelo Porras, e "outros atores corruptos" de obstruírem a cerimônia de posse.
O Ministério Público e a Procuradora-Geral, incluída numa lista de figuras "corruptas" do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, conseguiram a suspensão provisória do partido do presidente eleito por suspeita de irregularidades no seu processo de criação, em 2017.
O Ministério Público também tentou anular as eleições e retirar a imunidade de Arévalo e o vice-presidente eleito, manobras severamente criticadas pelos Estados Unidos, a União Europeia (UE), a Organização das Nações Unidas (ONU) e Organização dos Estados Americanos (OEA).
Bernardo Arévalo foi eleito em agosto com o compromisso de combater a corrupção endémica na Guatemala, classificado em 150º lugar entre 180 países pela Transparência Internacional.
A solenidade de posse contou com a presença dos presidentes chileno, Gabriel Boric, e colombiano, Gustavo Petro, bem como do chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, o ministro dos Negócios Estrangeiros português, João Gomes Cravinho, e representantes dos Estados Unidos e do rei de Espanha, entre outros dirigentes estrangeiros.
Durante a espera de quase dez horas, Gomes Cravinho disse, por telefone à Lusa que acreditava que Arévalo tomaria posse ainda no domingo.
Filho do reformista Juan José Arévalo, primeiro presidente democraticamente eleito da Guatemala, em 1945, após décadas de ditadura, Arévalo sucede a Giammatei, criticado pelo apoio à procuradora-geral, e sob cujo mandato foram detidos ou forçados ao exílio vários procuradores que combatiam a corrupção.
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