Netanyahu chega aos Estados Unidos para discutir Gaza com Trump
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, já está nos Estados Unidos, onde tem encontro marcado nesta terça-feira (4) com o presidente Donald Trump para discutir a situação em Gaza, os reféns detidos pelo Hamas e o confronto com o Irã e seus aliados regionais. Na iminência do encontro entre os dois líderes, Teerã acusa Trump de querer fazer uma "limpeza étnica" em Gaza.
Benjamin Netanyahu é o primeiro líder estrangeiro a ser recebido por Donald Trump na Casa Branca desde que voltou ao cargo. “Netanyahu vem na terça-feira, e acho que temos algumas reuniões muito importantes agendadas”, disse o presidente dos EUA, que reivindicou o crédito pelo acordo de cessar-fogo em Gaza, assinado na véspera de sua posse, em 19 de janeiro.
Antes da partida para os Estados Unidos, o líder israelense afirmou que vai discutir "a vitória sobre o Hamas", a luta contra o "eixo do terror iraniano" e a expansão das relações diplomáticas com os países regionais, no momento em que está sendo cada vez mais pressionado pelos membros da extrema-direita do seu governo para retomar a guerra.
Segunda fase da trégua na agenda
As negociações sobre a segunda fase da trégua com o movimento islâmico Hamas devem começar hoje em Washington, com o enviado de Donald Trump para o Oriente Médio, Steve Witkoff, de acordo com comunicado do gabinete de Netanyahu divulgado nesse domingo.
Após ter sido aprovado um acordo de cessar-fogo há duas semanas, que prevê a libertação de 33 prisioneiros israelenses em troca de quase 2 mil prisioneiros palestinos, espera-se que a segunda fase do cessar-fogo permita a libertação dos restantes e a discussão sobre um fim para a guerra na Faixa de Gaza que dura 15 meses. Atualmente já foram libertados 18 reféns israelenses e centenas de palestinos detidos em prisões israelenses.
O movimento Hamas afirmou que só libertará os reféns previstos para a segunda fase do acordo caso Tel Aviv retire totalmente suas forças do enclave palestino e o conflito chegue ao fim.
"Limpeza étnica" em Gaza
Teerã, inimigo declarado de Israel e um dos principais apoiantes do Hamas, criticou nesta segunda-feira a proposta do presidente dos EUA de transferir os palestinos da Faixa de Gaza para locais "mais seguros", como o Egito e a Jordânia, o que desencadeou protestos em todo o mundo.
"Acredito que a "comunidade internacional" deve ajudar os palestinos a garantir o direito à autodeterminação, em vez de promover outras ideias que equivalem a uma limpeza étnica", disse o porta-voz da diplomacia iraniana, Emsaïl Baghaï, em entrevista. A "limpeza de Gaza" proposta por Donald Trump significaria "acabar com o território e toda a Palestina", acrescentou
Desde a sua posse, em 20 de janeiro, Trump desbloqueou a entrega a Israel de bombas de 900 quilos, suspensa pelo seu antecessor Joe Biden. Ele também cancelou as sanções financeiras contra os colonos israelenses acusados de violência contra os palestinos.
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