República Democrática do Congo: grupo anuncia cessar-fogo humanitário
![Jean Bizimana/Reuters/proibida a reprodução Agentes de segurança de Ruanda recebem pessoal humanitário e suas famílias que fogem de Goma, no leste do Congo
27/1/2025 REUTERS/Jean Bizimana](/sites/default/files/thumbnails/image/loading_v2.gif)
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O grupo M23, apoiado por Ruanda, anunciou um cessar-fogo no leste da República Democrática do Congo (RDC) por "razões humanitárias". O acordo começou a vigorar nesta terça-feira (4), quando as forças rebeldes já controlam áreas orientais do país.
Os apelos internacionais para estabelecer um corredor humanitário que permita aos civis escapar dos combates têm subido de tom.
A Organização das Nações Unidas (ONU) calcula que pelo menos 900 pessoas tenham morrido desde o fim de janeiro, devido aos confrontos entre as Forças Armadas da República Democrática do Congo (RDC) e o grupo armado M23. A ONU confirmou nessa segunda-feira que o número de vítimas diz respeito a corpos retirados das ruas de Goma, mas alerta para um balanço provavelmente muito superior.
Outras 2.880 pessoas ficaram feridas em combates recentes em Goma e arredores e centenas de milhares de habitantes foram deslocados para fugir aos ataques, segundo as Nações Unidas.
Cessar-fogo humanitário
A aliança de grupos rebeldes - conhecida como Aliança do Rio Congo - acusou os militares congoleses de matar pessoas usando aeronaves para bombardear as áreas que controla. No entanto, decidiu anunciar um período de trégua por razões humanitárias.
“A Aliança Rio Congo (AFC/M23) informa o público que, em resposta à crise humanitária causada pelo regime em Kinshasa, declara cessar-fogo a partir de 4 de fevereiro de 2025 por razões humanitárias”, declararam os rebeldes em comunicado publicado na rede social X.
Entretanto, ainda não houve qualquer reação imediata do governo da RDC em Kinshasa e não é claro se os militares respeitarão a trégua.
Depois de controlar Goma, cidade de 2 milhões de pessoas e território com enorme riqueza mineral, os rebeldes avançaram nos últimos dias em direção a Bukavu, capital da província de Quivu. Esse grupo armado já tinha dito que o objetivo era varrer a RDC para tomar a capital. Porém, não atacariam a cidade provincial, a terceira maior do país, localizada na costa sudoeste do lago Quivu.
“Deve ficar claro que não temos intenção de capturar Bukavu ou outras áreas. No entanto, reiteramos nosso compromisso de proteger e defender a população civil e as nossas posições”, disse o porta-voz do M23, Lawrence Kanyuka, em declaração, citada pela Al Jazeera.
Negociações de paz
O anúncio da trégua humanitária surge dias antes de uma cúpula regional, que ocorrerá no fim de semana na Tanzânia e deverá contar com a participação dos presidentes do Congo, Felix Tshisekedi, e de Ruanda, Paul Kagame.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros do G7 e a União Europeia pediram, nessa segunda-feira, que as partes no conflito retornem às negociações. Apelaram ainda a uma “passagem rápida, segura e desimpedida de ajuda humanitária para os civis”, condenando igualmente a "ofensiva como violação flagrante da soberania da República Democrática do Congo".
O presidente de Ruanda, que é também comandante da Força de Defesa, alegou que não sabia se as tropas do seu país estavam na República Democrática do Congo. “Há muitas coisas que não sei. Mas se quiser me perguntar, há um problema no Congo que diz respeito a Ruanda? E Ruanda faria alguma coisa para se proteger? Eu diria 100 por cento", respondeu Kagame à CNN.
Essa escalada do confronto na RDC se baseia em décadas de conflito étnico. O M23 afirma que defende os tutsis étnicos, que fugiram para a RDC durante o genocídio de 1994 em Ruanda. A RDC acusa Ruanda e os rebeldes de saquear os recursos do país.
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