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Política

Campos entrou na política pelas mãos do avô Miguel Arraes

Iolando Lourenço - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 13/08/2014 - 17:19
Brasília

O ex-governador Eduardo Campos, que faleceu na manhã de hoje (13), pertencia a uma tradicional família da política pernambucana. Neto do ex-governador Miguel Arraes, que morreu em 2005, também em um dia 13 de agosto, o candidato à Presidência da República era filho de Maximiliano Arraes e da ex-deputada federal e ministra do Tribunal de Contas da União, Ana Arraes. Eduardo Campos era casado e pai de cinco filhos.

Morre o candidato à Presidência Eduardo Campos, 49 anos, em um acidente aéreo, em Santos (Fabio Rodrigues Pozzebom/Arquivo Agência Brasil)

Eduardo Campos foi deputado federal, ministro e governador de PernambucoFabio Rodrigues Pozzebom/Arquivo Agência Brasil

O contato de Eduardo Campos (Eduardo Henrique Accioly Campos) com as disputas eleitorais começou ainda na Universidade Federal de Pernambuco, quando foi eleito presidente do diretório acadêmico da Faculdade de Economia. Nascido no Recife em 10 de agosto de 1965, ele se graduou em economia aos 20 anos. Em 1986, começou a entrar na política ao participar da campanha que elegeu seu avô, Miguel Arraes, ao governo de Pernambuco.

Em 1987, Eduardo Campos assumiu a chefia de gabinete do governador Arraes, onde teve uma atuação destacada na criação da primeira secretaria de ciência e tecnologia do Nordeste. Em 1990, Campos filiou-se ao PSB e se elegeu deputado estadual em Pernambuco. Quatro anos depois, se elegeu deputado e se licenciou do mandato para novamente integrar o governo do avô nos cargos de secretário de Governo e da Fazenda. Reelegeu-se deputado federal em 1998 e em 2002.

Eduardo Campos assumiu o então Ministério da Ciência e Tecnologia em 2004, no Governo Lula, onde reelaborou o planejamento estratégico, revisou o programa espacial brasileiro e o programa nuclear. Ainda à frente da pasta, atuou para a aprovação do programa de biossegurança, que permitiu a utilização de células-tronco embrionárias em pesquisa e dos transgênicos, e da Lei de Inovação Tecnológica, entre outras ações.

O pernambucano assumiu a presidência do PSB, partido recriado sob a liderança do seu avô, Miguel Arraes, em 2005. Já em 2006, se licenciou do cargo para disputar o governo de Pernambuco, onde se elegeu em primeiro turno, com mais de 60% dos votos válidos. Quatro anos depois, foi reeleito com 83% dos votos válidos. No comando do governo estadual, Campos trabalhou para modernizar industrialmente a região.

Em nível nacional, ele apoiou e ajudou o presidente Lula, em seus dois mandatos. Também deu apoio à presidenta Dilma Rousseff, mas em 2013 passou a fazer críticas ao governo, principalmente na área econômica. Disposto a entrar corrida na disputa presidencial, Eduardo Campos levou o seu partido a um afastamento total em 18 de setembro de 2013, quando o PSB entregou todos os cargos que ocupava no governo Dilma.

Em outubro do ano passado, Campos se aliou à ex-ministra e ex-candidata à Presidência da República Marina Silva, com quem iria formar chapa para disputar a Presidência. Em 4 de abril deste ano, renunciou ao governo de Pernambuco para se dedicar à campanha presidencial, que se encerrou para ele na manhã de hoje.