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Política

Barroso considera grampo em seu gabinete algo "gravíssimo" e uma "desfaçatez"

O aparelho foi encontrado pela Secretaria de Segurança da Corte no dia
Ivan Richard - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 17/05/2016 - 20:08
Brasília
Brasília - Ministro Roberto Barroso durante sessão do STF de julgamento sobre a validade das normas que regulamentam o processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff (José Cruz/Agência Brasil)
© José Cruz/Agência Brasil

 

Posse do ministro do STF, Luís Roberto Barroso, no cargo de ministro substituto do TSE. Barroso assume a vaga de Luiz Fux que passa a membro efetivo do TSE (Valter Campanato/Agência Brasil)

Para Barroso, "grave é alguém saber, por antecipação, o que penso em fazer em um processo"ArquivoValter Campanato/Agência Brasil

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), considerou hoje (17) algo “gravíssimo” e uma “desfaçatez” a instalação de um aparelho de grampo no seu gabinete. O aparelho foi encontrado pela Secretaria de Segurança da Corte no dia 11 de abril, durante uma varredura de rotina.

Segundo o ministro, do ponto de vista pessoal, o grampo não representa nenhum risco.

“Estou totalmente tranquilo e confortável. Aqui recebo pessoas em audiência e converso com meus assessores sobre os processos. A gravidade é alguém saber, por antecipação, o que, eventualmente, estou pensando em fazer em um processo. Fora isso, aqui é um espaço totalmente republicano, de modo de que não há risco de aparecer qualquer coisa errada”, disse Barroso, ressaltando que costuma escrever em casa, a mão, os votos.

O ministro informou ainda que o aparelho, escondido dentro de uma caixa de cabos telefônicos, estava “desativado”. Barroso afirmou não ter ideia de quando o grampo pode ter sido instalado. “Não era uma escuta ativa. Não tenho a menor ideia do que possa ser. Se alguém disse que isso estava aí antes de eu tomar posse, não saberia dizer.”

Apesar do inusitado, o ministro disse não ter se surpreendido. “Nada no Brasil de hoje surpreende”, brincou.

Barroso está no Supremo desde 2013. Ele foi relator do rito do impeachment da presidenta afastada Dilma Rousseff no STF e responsável pela execução das penas dos condenados na Ação Penal 470, a do mensalão.