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Política

Temer se comprometeu a dar transparência a salários do Executivo, diz relatora

Paulo Victor Chagas - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 16/11/2016 - 18:28
Brasília
Brasília - Senadora Kátia Abreu, relatora da Comissão Especial do Extrateto, fala à imprensa sobre supersalários, no Palácio do Planalto  (Valter Campanato/Agência Brasil)
© Valter Campanato/Agência Brasil
Brasília - Senadora Kátia Abreu, relatora da Comissão Especial do Extrateto, fala à imprensa sobre supersalários, no Palácio do Planalto (Valter Campanato/Agência Brasil)

Kátia Abreu disse que Temer determinou que o Planejamento forneça informações sobre possíveis reajustes automáticos no ExecutivoValter Campanato/Agência Brasil

Depois de ter o apoio da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, para acabar com os supersalários no funcionalismo público, os senadores da Comissão Especial do Extrateto receberam do presidente Michel Temer o compromisso de dar transparência aos valores pagos a servidores do Executivo. A informação é da relatora da comissão responsável por levantar os salários acima do teto constitucional, a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO). Segundo ela, Temer determinou ao Ministério do Planejamento que forneça informações sobre possíveis reajustes automáticos que estejam ocorrendo também no Poder Executivo, conhecidos como "efeito cascata".

O teto constitucional atual é de R$ 33.763,00, valor do salário dos ministros do STF. "Por pedido nosso, achamos importante que o Executivo dê esse primeiro passo. O presidente pediu que nós observássemos [os valores] em todos os Poderes, porque todos podem ter o mesmo problema orçamentário. Ele se comprometeu a observar a questão da transparéncia total e absoluta", afirmou a parlamentar.

A senadora disse que será verificado o cumprimento da adequação dos servidores ao teto constitucional em ministérios e demais órgãos públicos. Segundo ela, uma pesquisa de 2012 mostrou que o corte de salários acima do teto em todo o Poder Executivo resultaria em uma economia de R$ 800 milhões.

Brasília - Integrantes da Comissão Especial do Extrateto se reúnem com a presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, para analisar a efetividade do limite remuneratório imposto pelo teto constitucional a

Kátia Abreu e outros integrantes da comissão especial se reúnem com a ministra Cármen Lúcia, presidente do STFJosé Cruz/Agência Brasil; Agencia Brasil

Pela manhã, os senadores estiveram no STF e ouviram críticas ao efeito cascata. Hoje, uma liminar de janeiro de 2015, emitida pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), torna automático o reajuste dos salários de todos os magistrados das justiças Federal e estaduais, vinculando os aumentos a qualquer elevação dos subsídios pagos aos ministros do STF.

"Nos estados, por conta dessa liminar, eles entenderam que poderiam dar aumentos para os tetos sem passar pelas assembleias legislativas. Mas isso é extremamente inconstitucional. Nós ouvimos do presidente da República, que é um constitucionalista, e de alguns ministros do Supremo, hoje, a inconstitucionalidade dessa decisão", afirmou.

Segundo a previsão de Kátia Abreu, o fim do efeito cascata e das verbas indenizatórias com relação aos subsídios de servidores do Judiciário já resolveria "80% dos problemas que existem hoje". Na próxima semana, os senadores e a presidente do STF devem se reunir para analisar as decisões do Supremo sobre o tema e propor uma súmula vinculante para solucionar o problema.