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Política

Joesley Batista deixa a PF em Brasília e é conduzido a São Paulo

Pedro Peduzzi - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 15/09/2017 - 09:36
Brasília
Empresário Joesley Batista deve se entregar à Polícia Federal entre hoje e amanhã (Rovena Rosa/Agência Brasil)
© Rovena Rosa/Agência Brasil
São Paulo - O empresário Joesley Batista, dono da JBS, deixa a sede da Superintendência da Polícia Federal após prestar depoimento (Rovena Rosa/Agência Brasil)

Empresário Joesley Batista teve prisão preventiva decretada nesta quinta-feiraArquivo/Rovena Rosa/ABr

O empresário Joesley Batista, da JBS, deixou a Superintendência da Polícia Federal em Brasília e está a caminho de São Paulo, para participar de audiência de custódia,

A condução foi feita por ordem do Juiz da 6ª Vara Federal de São Paulo, referente à Operação Tendão de Aquiles, que apura se houve uso indevido de informações privilegiadas em movimentações do mercado financeiro.

A investigação se refere à  venda de ações de emissão da JBS S/A na bolsa de valores, por sua controladora, a empresa FB Participações S/A, e à compra de contratos futuros e a termo de dólar no mercado financeiro.  As transações foram feitas em abril e maio, antes da divulgação dos áudios de conversas de Joesley com o presidente Michel Temer e o senador Aécio Neves, que levaram a denúncias contra ambos.

O executivo do grupo J&F Ricardo Saud será transferido para o Complexo Penitenciário da Papuda ainda hoje, onde deve permanecer preso, já que tem apenas mandado de prisão preventiva do Supremo Tribunal Federal (STF). A PF não informou o horário da transferência.

O mesmo avião que levou Joesley segue para Curitiba, para buscar o ex-deputado Eduardo Cunha, que vai a Brasília para participar de oitiva na Superintendência Regional do Distrito Federal (SRDF).

Histórico

Joesley deixou a superintendência em Brasília por volta das 8 horas da manhã de hoje (15). Ontem, ele e o ex-executivo da J&F Ricardo Saud ficaram calados durante interrogatório na PF. Os dois foram ouvidos em investigação instaurada por determinação da presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, para apurar o episódio envolvendo o conteúdo de conversa gravada entre os dois em que mencionam ministros da Corte.

O advogado de Joesley e Saud, Antonio Carlos Castro Machado, o Kakay, disse à Agência Brasil que orientou os dois a ficarem calados em razão da possibilidade de o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, rescindir o acordo de delação premiada firmado com o empresário, o que acabou se confirmando depois.

Janot rescindiu o acordo de delação premiada que dava imunidade para os dois em troca de informações e incluiu Joesley e Saud na denúncia apresentada no final da tarde contra o presidente Michel Temer pelos crimes de obstrução de Justiça e organização criminosa.

*Matéria ampliada às 11h05.