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Política

Romero Jucá diz que está tranquilo e provará inocência em denúncia por corrupção

Paulo Victor Chagas - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 13/03/2018 - 17:41
Brasília
Brasília - O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), fala sobre acordo entre os presidentes da Câmara e do Senado para votar reforma da Previdência em fevereiro de 2018, após o fim do recesso parlamenta

Líder do governo no Senado, Romero Jucá (MDB-RR), disse que provará sua inocência (Arquivo/Agência Brasil)

O líder do governo no Senado, Romero Jucá (MDB-RR), afirmou que provará sua inocência na denúncia recebida nesta terça-feira (13) pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, tornando-o réu. Segundo o senador, as doações recebidas na campanha de 2014 pela empreiteira Odebrecht foram feitas de modo oficial e “os pedidos de investigação do Ministério Público Federal (MPF) buscam, na verdade, a criminalização da política”.

“O STF não se manifestou quanto ao mérito da matéria, disse apenas que precisava ser instruído o processo. Portanto, estou tranquilo, vou responder tudo, provarei que sou inocente, que não houve nada de errado nessa doação, e portanto vamos aguardar e trabalhar com tranquilidade através dos nossos advogados”, disse Jucá, em entrevista a jornalistas no Senado, após ficar sabendo da aceitação da denúncia.

De acordo com o parlamentar, a doação, no valor de R$ 150 mil, foi devidamente declarada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e não houve “nenhum tipo de benefício” à construtora. Ele disse que “não tem nenhum motivo” para deixar a liderança do governo e, portanto, continuará no cargo.

Sobre as críticas do governo quanto a uma possível interferência do Judiciário na atribuição de outros Poderes, Romero Jucá evitou relacionar a questão ao fato de ele ter se tornado réu.

“Os excessos devem ser discutidos e tratados pela Justiça. Nesse caso, o excesso, na verdade, foi cometido pelo [ex-procurador-geral da República] Rodrigo Janot, que fez uma denúncia inepta, irresponsável. Ao receber a denúncia, os ministros do STF entenderam que era preciso instruir. Não tenho nenhum comentário sobre postura de qualquer ministro, acho que eles estão se resguardando e dando andamento técnico aos procedimentos. Na instrução do processo, nós vamos provar qual é a verdade”, disse.

A Primeira Turma do Supremo aceitou, por unanimidade, a denúncia oferecida contra o senador pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, em um desdobramento da Operação Lava Jato. A partir de agora, começa a fase de instrução da ação penal, com oitiva das testemunhas, da defesa, da acusação e coleta de provas. Esta é a primeira vez que Romero Jucá se torna réu, em uma das 13 investigações que tramitam na Corte contra ele.

Por meio de nota, o MDB, partido do qual Jucá é presidente nacional, disse lamentar o que classificou de criminalização de doações legais com base “apenas em depoimentos mentirosos de delatores. O partido reforça sua confiança na Justiça e espera que a verdade supere as insinuações”.