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Política

Em carta a presidenciáveis, diretor pede apoio ao Museu Nacional

Agência Brasil
Publicado em 16/10/2018 - 17:09
Brasília
O diretor do Museu Nacional do Rio de Janeiro, Alexander Kellner fala à imprensa em frente ao museu, na Quinta da Boa Vista.
© Tomaz Silva/Agência Brasil

A 12 dias do segundo turno das eleições, o diretor do Museu Nacional do Rio de Janeiro, Alexander Kellner, apelou aos candidatos à Presidência da República, Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), e aos integrantes do Congresso Nacional para que atuem em favor da reconstrução da instituição. Em carta enviada a ambos, ele disse que o momento “não é procurar culpados e apontar dedos”, mas sim assumir compromisso com o repasse de recursos e garantias de verbas no orçamento.

“É fundamental que, no Orçamento a ser votado ainda neste ano, haja uma verba substancial destinada ao Museu e um compromisso com que a mesma não seja contingenciada, como, infelizmente, ocorreu no passado recente”, diz a carta, que tem 10 parágrafos.

O diretor do Museu Nacional do Rio de Janeiro, Alexander Kellner fala à imprensa em frente ao museu, na Quinta da Boa Vista.
O diretor Alexander Kellner divulgou carta aberta aos presidenciáveis - Tomaz Silva/Agência Brasil

O mesmo texto, com igual conteúdo, foi enviado para os dois presidenciáveis e o Congresso Nacional. No documento, Kellner ressalta que a responsabilidade de manter a memória do país está nas mãos de todos e depende da responsabilidade do Executivo e Legislativo também.

“O Museu Nacional Vive! Mas a sua sobrevivência está atrelada à responsabilidade de V.Sas., que detêm o poder nas mãos para projetar de forma digna o futuro dessa instituição que tanto contribuiu e contribui para o desenvolvimento da nação brasileira, de modo que se possa iniciar o seu terceiro centenário com renovada esperança no futuro de todos nós.”

Tragédia

Na carta, o diretor relata em detalhes a tragédia causada pelo incêndio em 2 de setembro que destruiu 90% do acervo do Museu Nacional. Os bombeiros demoraram para conter o fogo, enquanto pesquisadores e estudantes tentaram salvar o que puderam do local.

Kellner lembrou a importância do Palácio de São Cristóvão transformado em museu. Ali viveram D. João VI, os imperadores D. Pedro I e D. Pedro II, a imperatriz Leopoldina e a princesa Isabel, entre tantos outros personagens da história do país. Também foi o local onde funcionou a primeira Assembleia Constituinte Republicana, no período de 1889 a 1891.

“Como era esperado, a destruição de boa parte de uma instituição do porte do Museu Nacional transcendeu as fronteiras do território nacional e comoveu as nações de todo o mundo. Já são centenas as manifestações de apoio com, inclusive, oferta de doação de materiais raros para recompor o acervo da instituição.”

O diretor destacou também que é fundamentar garantir “melhores condições de segurança” para pessoas e coleções. “Apelamos para que V. Sas. se comprometam com a reconstrução do Museu Nacional”, diz ao final da carta.