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Cultura

Tom Jobim 90 anos: Amigos relembram momentos memoráveis ao lado do músico

Tom Jobim 90 anos
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Nanna Pôssa
25/01/2017 - 12:34
Rio de Janeiro

Há exatos 90 anos nascia um músico que mudou o ritmo do Brasil: Antônio Carlos Jobim. Em sua homenagem, 25 de janeiro virou oficialmente o dia da Bossa Nova. O maestro que inspirou muitas gerações nasceu em 1927 e morreu em 1994. De Garota de Ipanema ao Samba do Avião, passando por Ela é Carioca, suas melodias e canções permanecem vivas e totalmente integradas a paisagem do Rio. Na memória dos amigos não faltam casos e muita saudade.

 

Mundialmente famoso pelas músicas em parceria com Vinícius Morais, a cantora Miúcha lembra que o Tom Jobim também foi aclamado por suas composições instrumentais e diz que a gravação da música Saudade do Brasil foi especial.

 

Sonora: “Essa foi gravada num estúdio muito especial em Nova York, que era uma igreja antigamente. Então tem uma sonoridade incrível, era uma igreja tipo gótica. Aqueles lugares altos. Todo de pedra. Saudade do Brasil foi gravado lá, com um maestro, músicos e um coro de 40 vozes. Foi uma coisa majestosa. E quando acabou teve um segundo de silêncio e, de repente, tudo explodiu em palmas, maestro e músicos. Acho que foi a ovação que eu vi o Tom receber mais espontânea, mais comovente e intensa.”

 

A música Saudade do Brasil faz parte do disco Urubu, o décimo de estúdio de Tom Jobim. O violonista e compositor Roberto Menescal diz que o maestro acordava cedo para compor.

 

Sonora: “O frescor da manhã pro Tom era muito importante. Pouca gente sabe disso. Ele acordava muito cedo, antes das 7h, saía pra comprar um pão, ali no Jardim Botânico. Depois ele subia, tomava café e ia compor. Compunha até umas 11h. Aí, ele ia dormir novamente. E acordava umas 15h e ia pro escritório, como ele chamava. O escritório era ali, o Bar do Tom, no Leblon.”

 

E era justamente em algumas destas manhãs que João Donato e João Gilberto passavam depois da noitada para pegar o violão emprestado e escutar canções. João Donato diz que quando chegava Tom Jobim ainda estava de pijama.

 

Sonora: “Ele já era casado e tinha o Paulinho, filho dele. E a gente ia lá pegar o violão de madrugada, às 7h, ainda sem ter dormido, eu e o João Gilberto, ia pedir o violão emprestado ao Tom. E ele mostrava uma música no piano que ele tinha acabado de fazer. Aí, mostrava (cantando): Outra vez, sem você….”

 

A vida do maestro virou livros e filmes. A sua obra é preservada pelo Instituto Antônio Carlos Jobim, cuja sede fica no Jardim Botânico, onde parte do acervo está exposta ao público.

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