Ficção ou documentário? As pessoas retratadas no curta Vazio do Lado de Fora vivem em meio aos escombros deixados após uma série de remoções. A locação foi a Vila Autódromo, comunidade estabelecida há quatro décadas na zona oeste do Rio de Janeiro, que de fato foi removida para o avanço das obras dos Jogos Olímpicos.
Personagens inventadas para uma história verdadeira e que agora será exibida na Mostra Universitária de Curtas do Festival de Cannes, na França. O diretor Eduardo BP conta que precisou conversar com os moradores para explicar o modo particular que escolheu para retratar a comunidade.
O Vazio do Lado de Fora foi feito por Eduardo na companhia de três amigos como trabalho de conclusão de curso na Faculdade de Cinema da Universidade Federal Fluminense. Sua estreia no circuito de festivais foi na reconhecida Mostra de Cinema de Tiradentes, realizada em janeiro.
E com o prestígio trazido pela seleção para Cannes, Eduardo espera que o filme participe de muitos outros eventos nacionais e internacionais.
O curta brasileiro integra uma seleção de 16 filmes de 14 países, selecionados entre mais de dois mil e quinhentos inscritos. Após a exibição, três obras serão premiadas. O Brasil também será representado no Festival de Cannes pelo longa Gabriel e a Montanha, de Fellipe Barbosa, que participa da semana da crítica.