O carnaval carioca tem uma nova campeã. A Acadêmicos do Grande Rio conquista um título inédito, é o primeiro da escola de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
Em 2020, a agremiação quase chegou lá, ficando com o vice-campeonato.
A Grande Rio encantou a Marquês de Sapucaí com um enredo religioso de matriz africana: “Fala, Majeté! Sete Chaves de Exu”, dos carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora. A escola levou para a avenida as histórias e manifestações artísticas e culturais do orixá, uma das entidades mais reverenciadas nas religiões de matriz africana e também alvo de muito preconceito. E, mais uma vez, trouxe um enredo contra a intolerância religiosa, dando voz àqueles que foram historicamente impedidos de falar.
O enredo foi dividido em sete momentos, entre eles, os fundamentos africanos de Exu, considerado “o mensageiro”, mostrando sua relação com o mito de Zumbi. Um dos pontos altos do desfile, a comissão de frente, trouxe a representação de Exu em cima de um globo terrestre.
O último carro da escola, Fala Majeté, impressionou com uma escultura que sintetiza a ideia de exu. A alegoria foi toda construída com resíduos de antigos carnavais e também por materiais coletados pela Associação de Catadores do Jardim Gramacho.
A Beija-Flor ficou com o vice-campeonato, com o enredo "Empretecer o pensamento é ouvir a voz da Beija-Flor”.
Completam as seis primeiras colocadas, que voltam a desfilar no próximo sábado, Unidos do Viradouro, Unidos de Vila Isabel, Portela e Acadêmicos do Salgueiro.
A São Clemente, que homenageou a vida e a obra do humorista Paulo Gustavo, foi a última colocada e será rebaixada para a Série Ouro.
