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Cultura

Seis escolas abrem desfiles do Grupo Especial no carnaval do RJ

Confira um pouco sobre o enredo de cada uma delas
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Lucas Coelho* - Estagiário da Rádio Nacional
20/04/2022 - 11:31
Rio de Janeiro
Rio de Janeiro - Desfile da Imperatriz, sexta escola na Sapucaí. (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)
© 04.03.2019/Tomaz Silva/Agência Brasil

E a Passarela do Samba volta a ecoar o som que acelera corações. As grandes escolas de sambas estão de volta ao seu palco principal, após dois anos da pandemia de covid, que calou surdos, repiques, chocalhos, tamborins. Nesta sexta-feira, 22 de abril, retorna à Marquês de Sapucaí o espetáculo considerado um dos maiores do mundo. A partir das 22h, seis agremiações reascendem no Sambódromo a chama dessa paixão chamada carnaval.

Imperatriz Leopoldinense

A Imperatriz Leopoldinense será a primeira a se apresentar, com o enredo “Meninos, eu vivi… Onde canta o sabiá, onde cantam Dalva e Lamartine”, uma homenagem ao carnavalesco Arlindo Rodrigues que, se vivo fosse, completaria em 2022, 91 anos. Foi ele quem assinou o enredo  “O teu cabelo não nega”, campeão em 1981, e reeditado pela escola em 2020 como “Só dá Lalá”, quando novamente levou o título de campeã, desta vez, da Série A. O enredo deste ano é assinado pela  carnavalesca Rosa Magalhães, que irá relembrar os trabalhos de Arlindo, e com isso fazer uma reverência a Dalva de Oliveira e Lamartine Babo.

Mangueira

A Estação Primeira de Mangueira será a escola seguinte. A verde-e-rosa prestará homenagem a três grandes nomes da sua história: o compositor e fundador, que inclusive escolheu suas cores, Cartola; o intérprete de voz inconfundível Jamelão e o mestre-sala Delegado. Intitulado “Agenor, José e Laurindo”, nomes de batismo dos pilares da Mangueira, o enredo do carnavalesco Leandro Vieira busca valorizar os saberes e artistas populares da comunidade, através dos seu ícones.

Salgueiro

Terceira da noite, a Acadêmicos do Salgueiro seguirá na abordagem de temas da negritude. Com o enredo “Resistência”, desenvolvido por Helena Theodoro, mestre em Educação, doutora em Filosofia,  pós-doutora em História Comparada e pesquisadora da cultura afro-brasileira, e pelo carnavalesco Alex de Souza, a escola vai mostrar como o povo negro lutou para preservar sua cultura. A vermelho e branco também vai abordar a abolição da escravidão. A proposta é demonstrar que os negros, apesar de libertos, ficaram à mingua: sem moradia e emprego, enfrentando problemas que persistem até os dias de hoje.

São Clemente

A São Clemente, quarta escola a desfilar, vai defender o enredo “Minha vida é uma peça!”, em homenagem ao ator e humorista Paulo Gustavo, morto em maio deste ano, vítima de covid. Assinada pelo carnavalesco Tiago Martins, a história narrada em formato de samba faz alusão a um dos maiores sucessos do ator, “Minha mãe é uma peça”, que do teatro foi para os cinemas, e fez de Dona Hermínia a mãe mais famosa da dramaturgia dos novos tempos. A justa homenagem da São Clemente ao ator vem enfatizar a semelhança entre o artista e uma das principais características da escola, a irreverência.

Viradouro

Penúltima a desfilar, a campeã Unidos do Viradouro levará para avenida o enredo “Não há tristeza que possa suportar tanta alegria”. Com assinatura dos carnavalescos Marcus Ferreira e Tarcísio Zanon, a vermelha e branco de Niterói contará como foi o carnaval de 1919, quando os foliões foram às ruas para comemorar o fim da pandemia de gripe espanhola, até agora a pior que o mundo tinha assistido. E aquele acabou sendo considerado o maior carnaval do século 20. A linha mestra é um paralelo do sentimento dos cariocas naquele ano e agora, com a esperança de, finalmente, comemorar o fim da pandemia da covid-19.

Beija-Flor

E, encerrando o primeiro dia de desfiles da elite do carnaval, a Beija-Flor de Nilópolis fará uma abordagem antirracista e de exaltação aos negros e à sua da própria comunidade, com o enredo "Empretecer o pensamento é ouvir a voz da Beija-Flor”. A "deusa da passarela" vai levantar a bandeira da igualdade. O jornalista João Gustavo Melo, autor da sinopse do enredo, levou em conta referências bibliográficas de obras de personalidades negras, como o jornalista e sociólogo Muniz Sodré, a filósofa e escritora Djamila Ribeiro, a jornalista e economista Flávia Oliveira e o cantor e compositor Emicida. O carnavalesco Alexandre Louzada assina o enredo.

*Com supervisão de Victoria Elizabeth

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