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Cultura

Carnaval: Unidos de Padre Miguel traz Iyá Nassô para a Sapucaí

Campeã de 2024 da Série Ouro, escola abre desfile do Grupo Especial
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Caio Azevedo - Estagiário da Rádio Nacional*
25/02/2025 - 07:30
Rio de Janeiro (RJ)
Brasília-DF- 21/02/2025 ARTE / SÉRIE CARNAVAL. série sobre escolas de samba. Crédito/ Editoria de arte.
© Crédito/ Editoria de arte.

Fundado na primeira metade do século 19, o Terreiro da Casa Branca do Engenho Velho, em Salvador (BA), é considerado a primeira casa de candomblé no país. 

Inicialmente conhecido como “Candomblé da Barroquinha” e alvo de perseguição religiosa, o terreiro foi obrigado a migrar do centro da capital baiana para o subúrbio, se instalando no bairro do Engenho Velho, onde funciona até hoje. 

Devido à sua importância para as religiões de matriz africana, foi o primeiro terreiro tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), e comemora agora os 40 anos deste reconhecimento.

Rio de Janeiro (RJ), 31/01/2025 - Detalhe de carro alegórico, no barracão da Escola de Samba Unidos de Padre Miguel, na Cidade do Samba, zona portuária.   Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Rio de Janeiro (RJ), 31/01/2025 - Detalhe de carro alegórico, no barracão da Escola de Samba Unidos de Padre Miguel, na Cidade do Samba, zona portuária. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil - Tânia Rêgo/Agência Brasil

Toda esta história será contada no próximo carnaval pela Unidos de Padre Miguel, que vai homenagear uma das fundadoras do Candomblé da Barroquinha. Estreando na elite das agremiações do Rio de Janeiro, a escola levará para o Sambódromo o enredo “Egbé Iyá Nassô”. 

Ex-escravizada, Francisca da Silva, ou ialorixá Iyá Nassô, plantou a semente do axé na Bahia ao lado de outras duas africanas da nação nagô, conhecidas por terem trazido o candomblé e o culto aos orixás para o Brasil.

O responsável pelo enredo é Alexandre Louzada, um dos grandes nomes do carnaval. Ele conta com a parceria de Lucas Milato, que, no ano passado, levou a Unidos de Padre Miguel ao primeiro título da Série Ouro, passaporte para o Grupo Especial.

Rio de Janeiro (RJ), 31/01/2025 - Lucas Milato e Alexandre Louzada, carnavalescos da Unidos de Padre Miguel, no barracão da escola, na Cidade do Samba, zona portuária. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Rio de Janeiro (RJ), 31/01/2025 - Lucas Milato e Alexandre Louzada, carnavalescos da Unidos de Padre Miguel, no barracão da escola, na Cidade do Samba, zona portuária. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil - Tânia Rêgo/Agência Brasil

A comunidade que se formou a partir dos esforços da Iyá Nassô segue cada vez mais forte em torno do candomblé, o que inspirou os carnavalescos, que pretendem trazer a união entre os membros da agremiação para exaltar na avenida o poder do axé.

Seguindo a tradição, a escola que sobe da Série Ouro para o Grupo Especial é a primeira a desfilar no ano seguinte. O que significa que a vermelho e branco da Zona Oeste carioca, fundada em novembro de 1957, vai abrir o carnaval de 2025 na Marquês de Sapucaí, no domingo, dia 2 de março.

* Com supervisão de Tâmara Freire.

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